segunda-feira, 16 de setembro de 2019



16 DE SETEMBRO DE 2019
SETEMBRO AMARELO

Os perigos de sufocar o sentimento

A cultura do Rio Grande do Sul, calcada na masculinidade, é outro elemento que reforça o receio de policiais em confessar a dor psicológica. A opção costuma ser por sufocar o sentimento, apontam especialistas. As estruturas brasileiras para lidar com a prevenção e o tratamento de agentes de segurança em ideação suicida ainda são recentes ou inexistentes.

Criado em 2014, o setor biopsicossocial da BM é citado como avanço no estudo O Comportamento Suicida entre Profissionais de Segurança Pública e Prevenção no Brasil, publicado em 2016 pelo Ministério da Justiça. Embora ainda seja até desconhecido por boa parte dos praças - o setor não fornece remédios para tratamentos psicológicos, por exemplo -, o núcleo tem proporcionado progressos com atendimentos, diagnósticos e palestras de prevenção e sensibilização.

Auxílio

Há apoio do Hospital da BM quando são necessárias internações. Em casos avançados, é possível que a arma seja recolhida.

- Costumo dizer que há mudança no padrão de comportamento. Aquele militar que era comprometido, chegava na hora e tinha conduta serena e equilibrada, começa a ficar irritado nas ocorrências, a apresentação pessoal decai, falta ao serviço. São indicativos de que está precisando de ajuda - analisa a major Denise Gomes.

No embalo do Setembro Amarelo, a Associação dos Oficiais da Brigada Militar (Asofbm) lançou cartilha de prevenção ao suicídio.

Proporcionalmente, o Estado onde os PMs mais cometem suicídio em relação aos cidadãos comuns, é a Bahia, com cinco vezes mais de casos entre os servidores.

Por seis meses, ZH tentou entrevistar, com garantia de anonimato, policiais em tratamento psicológico no setor biopsicossocial, mas o comando da BM não autorizou.

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