sábado, 28 de setembro de 2019


28 DE SETEMBRO DE 2019
RODRIGO CONSTANTINO

Infantaria vermelha

"Não há, decerto, nada mais covarde e inescrupuloso do que empurrar crianças para a linha de frente do campo de batalha, seja esta física, política, cultural ou religiosa", escreveu Flávio Gordon. Infelizmente, o uso de crianças como "escudo humano" ou "ponta de lança" vem de longa data.

A infantaria, não custa lembrar, contava com seus soldados, os infantes, desde a antiguidade. Esparta tomava as crianças dos pais para treiná-las militarmente. As crianças-soldado pululam nas guerras civis africanas. Terroristas islâmicos exploram crianças como bombas ou escudos. O ditador comunista chinês Mao lançou sua "revolução cultural" com crianças, que denunciavam seus próprios pais como "traidores". E por aí vai.

Foi no Ocidente capitalista que a infância passou a ser mais valorizada. Antes, por sobrevivência, quando não estavam servindo em guerras, trabalhavam duro no campo ou em fábricas. Com o advento do capitalismo, as crianças nem trabalhar mais precisavam, e já podiam se dedicar exclusivamente aos estudos e ao lazer.

Mas esse luxo, especialmente em países ricos capitalistas, produziu um efeito perverso: muitas ficaram mimadas e ingratas. E, como crianças são mais fáceis de enganar, alguns adultos pérfidos viram aí uma oportunidade para explorá-las em suas causas políticas.

A esquerda quer crianças tocando em homens nus em nome da arte, aprendendo que podem se sentir meninas no corpo de meninos ou vice-versa aos três aninhos, investe em sua sexualização precoce, rejeita valores tradicionais e cristãos, e ainda as utiliza para marchas pelo desarmamento ou bandeiras radicais ambientalistas.

Mas se você ousa criticá-las como fantoches dessa esquerda, então os "progressistas" se enchem de falso moralismo. É uma tática sórdida. Como disse Rich Lowry, da National Review, as crianças "são peões poderosos". As pessoas que dizem "o mundo deve prestar atenção nessa garota de 16 anos" serão as mesmas que vão dizer a quem ousar contrariar: "Como você se atreve a criticar uma garota de 16 anos?".

É lamentável que, na falta de bons argumentos, a esquerda apele para emoções por meio de marionetes infantis. Essa "infantaria vermelha" é a prova da falência intelectual - e moral - do esquerdismo.

RODRIGO CONSTANTINO

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