quinta-feira, 10 de novembro de 2022

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O susto que o mercado levou com o balanço do Bradesco

A bolsa caiu ontem, puxada pelas ações do Bradesco, que apresentou balanço do terceiro trimestre na terça-feira à noite. Os papéis do segundo maior banco privado do país despencaram 16% ontem, depois que os detalhes foram conhecidos. O Bradesco teve lucro de R$ 5,2 bilhões, 22,8% menor do que em igual período de 2021. Mas o que fez o mercado tremer tem nome complicado - Provisão para Devedores Duvidosos - e tradução simples: como se temia, cresceu o número de inadimplentes.

Ao apresentar os resultados em entrevista coletiva, o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Junior, informou a elevação dessa provisão em R$ 1 bilhão. Com isso, o banco prevê risco de não receber um total de R$ 7,267 bilhões, 36,8% a mais do que no segundo trimestre e mais do que o dobro (116,4%) do que no terceiro trimestre de 2021. Os bancos são obrigados a fazer essa reserva para pagamentos atrasados mais de 90 dias. Se o calote for menor do que o previsto, a reserva pode ser desfeita.

Lazari detalhou que a falta de pagamento registrada no balanço do banco se concentra em pessoas físicas que não puderam quitar gastos em cartões e parcelas do crédito pessoal. Entre as empresas, afirmou, o problema se concentra em micro e pequenas. O presidente do Bradesco disse não ver risco de contágio de calotes para grandes empresas.

Como o Bradesco é conhecido no mercado por sua prudência em conceder crédito, investidores entenderam que o problema deve afetar várias outras instituições financeiras. Por isso, ações de outros bancos também registraram perdas: as do Santander, caíram 6,14%, as do Itaú recuaram 3,08%. As do Banrisul haviam resistido durante boa parte do pregão, mas fecharam o dia com ligeira retração de 0,17%.

MARTA SFREDO

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