De primatas a senhores do
mundo
DIVULGAÇÃO/JC
Há
100 mil anos, pelo menos, seis espécies de humanos habitavam a Terra. Hoje,
existe uma única, nós, os chamados Homo sapiens. O que faz com que o homem seja
capaz de produzir arte e, ao mesmo tempo, fazer a guerra? Como pode ele nos dar
a ficção e ser tão guloso? E quem pode dizer por que somos como somos?
Sapiens
- Uma breve história da humanidade (L&PM Editores, 464 páginas, R$ 47,90,
tradução de Janaína Marcantônio), de Yuval Noah Harari, doutor em História pela
Universidade de Oxford e professor da Universidade Hebraica de Jerusalém, trata
dessas e de outras questões com alto grau de informação, humor e põe abaixo
muitas ideias preconcebidas sobre o universo.
A
obra foi best-seller nos Estados Unidos, Israel, Canadá, Espanha, Eslovênia e
China e foi traduzida para 40 países. Figurou entre os mais vendidos do The New
York Times e em primeiro lugar na categoria Evolução da Amazon norte-americana.
Yuval
Noah Harari é especializado em história mundial, e sua linha de pesquisa gira
em torno de questões abrangentes, tais como: qual a relação entre história e
biologia? Existe justiça na história? As pessoas se tornaram mas felizes com o
passar do tempo? Milhares de pessoas fizeram o curso on-line de história de
Harari, e suas palestras no YouTube tiveram centenas de milhares de
visualizações em todo o mundo. Em 2012, ele recebeu o prestigiado Prêmio
Polonsky por Criatividade e Originalidade nas Disciplinas Humanísticas.
Revolução
cognitiva, revolução agrícola, a unificação da humanidade, a revolução
científica e o animal que se tornou um deus são os títulos das grandes partes
do livro, que, diga-se, não oferece apenas conhecimento evolutivo, mas também
sociológico, antropológico e até mesmo econômico. O autor se baseou em recentes
descobertas de diferentes campos, como paleontologia, biologia e antropologia
e, especialmente para esta edição brasileira, realizou algumas atualizações no
final de 2014.
Para
Yuval, como somos a única espécie que acredita em coisas que não existem na
natureza, como Estados, dinheiro e direitos humanos, o capitalismo é a mais
bem-sucedida religião; o imperialismo é o sistema político mais lucrativo; e
nós, humanos, embora mais poderosos que nossos ancestrais, provavelmente
sejamos menos felizes do que eles foram. Enfim, o autor nos traz uma visão
inovadora sobre a história da humanidade.
O
professor, acima de tudo, enfoca nossa grande capacidade imaginativa e sua
relação com a história. O autor ilumina as grandes questões da história
mundial, relacionando-as com as mazelas do mundo em que vivemos. Não é pouco.