sexta-feira, 3 de abril de 2015


De primatas a senhores do mundo
DIVULGAÇÃO/JC

Há 100 mil anos, pelo menos, seis espécies de humanos habitavam a Terra. Hoje, existe uma única, nós, os chamados Homo sapiens. O que faz com que o homem seja capaz de produzir arte e, ao mesmo tempo, fazer a guerra? Como pode ele nos dar a ficção e ser tão guloso? E quem pode dizer por que somos como somos?

Sapiens - Uma breve história da humanidade (L&PM Editores, 464 páginas, R$ 47,90, tradução de Janaína Marcantônio), de Yuval Noah Harari, doutor em História pela Universidade de Oxford e professor da Universidade Hebraica de Jerusalém, trata dessas e de outras questões com alto grau de informação, humor e põe abaixo muitas ideias preconcebidas sobre o universo.

A obra foi best-seller nos Estados Unidos, Israel, Canadá, Espanha, Eslovênia e China e foi traduzida para 40 países. Figurou entre os mais vendidos do The New York Times e em primeiro lugar na categoria Evolução da Amazon norte-americana.

Yuval Noah Harari é especializado em história mundial, e sua linha de pesquisa gira em torno de questões abrangentes, tais como: qual a relação entre história e biologia? Existe justiça na história? As pessoas se tornaram mas felizes com o passar do tempo? Milhares de pessoas fizeram o curso on-line de história de Harari, e suas palestras no YouTube tiveram centenas de milhares de visualizações em todo o mundo. Em 2012, ele recebeu o prestigiado Prêmio Polonsky por Criatividade e Originalidade nas Disciplinas Humanísticas.

Revolução cognitiva, revolução agrícola, a unificação da humanidade, a revolução científica e o animal que se tornou um deus são os títulos das grandes partes do livro, que, diga-se, não oferece apenas conhecimento evolutivo, mas também sociológico, antropológico e até mesmo econômico. O autor se baseou em recentes descobertas de diferentes campos, como paleontologia, biologia e antropologia e, especialmente para esta edição brasileira, realizou algumas atualizações no final de 2014.

Para Yuval, como somos a única espécie que acredita em coisas que não existem na natureza, como Estados, dinheiro e direitos humanos, o capitalismo é a mais bem-sucedida religião; o imperialismo é o sistema político mais lucrativo; e nós, humanos, embora mais poderosos que nossos ancestrais, provavelmente sejamos menos felizes do que eles foram. Enfim, o autor nos traz uma visão inovadora sobre a história da humanidade.


O professor, acima de tudo, enfoca nossa grande capacidade imaginativa e sua relação com a história. O autor ilumina as grandes questões da história mundial, relacionando-as com as mazelas do mundo em que vivemos. Não é pouco.