quarta-feira, 25 de dezembro de 2013


24/12/2013 e 25/12/2013 | N° 17654
SALTO PARA O FUTURO

Do Natal Luz ao Bolshoi

Bailarino gramadense que estreou na Fantástica Fábrica de Natal é selecionado pela companhia de balé

Quando tirar o figurino de neve que usa no espetáculo A Fantástica Fábrica de Natal, em 10 de janeiro, o bailarino João Pedro Lippert Ludwig, 17 anos, estará se despedindo do Natal Luz. O motivo é nobre. O jovem gramadense, que iniciou a carreira artística no evento há quatro anos, sai para encarar uma nova aventura, agora como estudante da renomada companhia de balé Bolshoi, em Joinville (SC).

João Pedro começou na Fantástica Fábrica em 2010 como ator, mas logo se apaixonou pela dança. Depois de um período da Escola das Artes Pedro Henrique Benetti, que ajuda a formar o elenco do Natal Luz, ele conseguiu uma bolsa na academia Neusa Martinoto. Em 2012, já passou nos testes para uma vaga de bailarino no espetáculo. Nesta temporada, além de interpretar a Neve, João Pedro faz outros dois papéis na Fantástica Fábrica: um dos soldados e também o boneco que é projetado de uma caixa de presentes.

A seleção do Bolshoi ocorreu em julho passado, e o jovem gramadense foi um dos quatro escolhidos entre cem concorrentes em sua categoria, após um longo dia de testes exaustivos. Como as aulas começam apenas em fevereiro do ano que vem, João Pedro ficou feliz em poder participar de seu último Natal Luz, ao mesmo tempo em que concluía o Ensino Médio em uma escola de Gramado e sua participação como solista no Balé Municipal de Gramado.

– Sei que não vou poder vir para cá muito, então estou tentando aproveitar ao máximo esse tempo que tenho com a minha família e meus amigos. Vou sentir muita falta deles, mas é um sacrifício em prol de algo que eu amo fazer – diz ele.

Do início da vida de bailarino à ida para o Bolshoi se passaram menos de três anos. Mas o que valeu mesmo foram a disciplina e a força de vontade, assim como o biotipo correto para a prática, avalia João Pedro. Nessa trajetória, foi muito treino e pouca vida social. Além disso, o dinheiro dos cachês da Fábrica ia quase todo para a poupança – pé-de-meia que agora irá ajudá-lo a pagar os gastos em Joinville. O resto era usado para custear os cursos para aperfeiçoar sua dança.

Ser professor de balé é o próximo sonho

Aliás, João Pedro é um exemplo de como o Natal Luz contribui para a formação de artistas em Gramado. Muito depende da dedicação de cada um e da busca pelo aperfeiçoamento, pondera ele, mas o que o evento faz é despertar o desejo de fazer arte desde cedo.

– Ver a arte próxima de si desperta um desejo de começar. Eu amadureci muito com a ajuda de colegas e diretores. A cobrança me fez muito bem – acrescenta.

Agora, João Pedro quer ir longe.

– Quero dançar até não poder mais. Depois, virar professor de balé.


priscila.martini@zerohora.com.br