sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Jaime Cimenti

O ano de 2013 foi jornalístico

Esse ano foi um prato cheio para jornalistas e estudantes de Jornalismo. Só faltou os postes da Padre Chagas fazerem xixi nos cachorros das madames e elas morderem os cãezinhos. Sobraram fatos esquisitos, notícias incríveis. Em fevereiro, o Papa Bento XVI, quem diria, pediu o boné, ops, o solidéu, e foi substituído pelo modesto e franciscano argentino Francisco, o primeiro latino-americano Papa e o primeiro portenho humilde. 

Na Grécia, viu-se que, se filosofia realmente funcionasse, as coisas por lá não estariam tão crespas, com a economia arrasada. No Brasil, os protestos, incrivelmente resultaram em diminuição do preço da passagem e fizeram os poderosos colocarem as barbas de molho, como se dizia no tempo em que se amarrava cachorro com linguiça. Será que os protestos surpreenderam até os marqueteiros de plantão ou não foi bem assim?

O Supremo Tribunal Federal surpreendeu. Julgou o mensalão com rigor e decretou as prisões. Quem diria, o Messi apareceu de smoking de bolinhas, parecendo um pijaminha ou o ratinho Stuart Little. Falando em jogadores, quem esperava o selinho que o Emerson Sheik tascou no Izac?

Antigamente, diziam que futebol era coisa para homem, hoje melhor dizer, então, que é para pessoas? Quem diria o Inter quase campeão da segundona, o único título que falta para o campeão de tudo, e o Grêmio fazendo aquela campanha? Vice para o Grêmio não surpreende, mas a campanha... No ano incrível uma contista, Alice Munro, levou o Nobel de Literatura. Em 112 anos, é a primeira vez. A academia sueca disse que ela ganhou pela clareza e realismo psicológico. Dizia uma antiga lenda que contistas só ganhariam no quarto milênio. Pois é.

Quase no fim do ano, o comportado Obama ficou de quiquiqui com a ministra loira, e aí a Michelle teve que botar ordem na mansão. No apagar das luzes, o jovem Mandela, imortal em vida, se foi com apenas 95 anos e surpreendeu mais uma vez. Dizem que nos últimos momentos de vida, uns líderes foram pedir para sucedê-lo e ele disse: tudo bem, mas vocês vão precisar, primeiro, cumprir 27 anos de cadeia. Aí os caras arrepiaram e mudaram de assunto, passando a falar de futebol e tal.


E a viagem de 20 horas de avião da presidente Dilma com Collor, Sarney, Lula e FHC? E a foto, todos de sorriso Colgate, dentro do avião que os levou para o funeral de Mandela? Nem tão incrível a foto e a notícia, nesse país onde até o incrível passado é, tipo assim, imprevisível.