quinta-feira, 26 de dezembro de 2013


26 de dezembro de 2013 | N° 17655
CONCURSOS

Ano novo chega com 47 mil vagas

Eleições de outubro fazem com que seleções se concentrem no primeiro semestre de 2014

O começo de 2014 promete ser agitado para quem quer disputar uma vaga na administração pública.

Com eleição em outubro, os órgãos que quiserem contratar terão de lançar concursos ainda no primeiro semestre, o que deve concentrar um grande número de seleções nos meses iniciais.

O Ministério do Planejamento estima que mais de 47 mil ingressos de servidores ingressem no Executivo federal no próximo ano. Só entre agosto e outubro de 2014, o governo confirmou concursos para seis instituições públicas, que reúnem 2,8 mil vagas e devem ocorrer até junho.

Os processos seletivos cujas autorizações já foram publicadas no Diário Oficial da União têm, no máximo, seis meses para lançar o edital. Por causa da eleição, todas as homologações e contratações precisam ser feitas até agosto. A legislação exige que as nomeações fiquem congeladas entre 90 dias antes do pleito e a posse dos eleitos, em janeiro de 2015.

Se a confirmação do certame acontecer antes desse período, no entanto, as convocações dos selecionados podem ocorrer mesmo durante o congelamento, segundo o ministério.

Em períodos eleitorais, a concentração dos exames no início do ano é comum. Levantamento do Ministério do Planejamento mostra que, em 2010, houve uma desaceleração natural no ritmo de vagas autorizadas na segunda parte do ano: 23,8 mil postos foram abertos no primeiro semestre e 5,8 mil nos seis meses subsequentes. As nomeações também diminuíram entre julho e dezembro – apenas 695 ante 16 mil entre janeiro e junho.

Apesar de o projeto da lei orçamentária anual de 2014 prever 47 mil novos postos – 42.353 cargos vagos e 4.759 para substituir funcionários terceirizados –, quase sempre o número efetivo de vagas abertas costuma ser maior, lembra o professor Ernani Pimentel, um dos fundadores da Associação Nacional de Proteção e Apoio aos Concursos (Anpac). A estimativa, detalha Pimentel, é de que pelo menos 60 mil chances sejam autorizadas para o próximo ano.

– A rigor, todas as previsões têm falhado muito – adverte.

Para lidar com tantas novas oportunidades, porém, o governo vai ter de apertar o orçamento. É estimado que as quase 50 mil vagas previstas gerem acréscimo de R$ 2,3 bilhões nas despesas com pessoal. Vale lembrar que, em 2015, ainda será acrescido ao salário desses funcionários a última parcela de 5% do reajuste que foi acordado com o Planalto.


BÁRBARA NASCIMENTO | CORREIO BRAZILIENSE