quarta-feira, 18 de junho de 2014


18 de junho de 2014 | N° 17832
PAULO SANT’ANA

Sem o japonês   ...

Faltavam cinco minutos para terminar o jogo de ontem em Fortaleza e o repórter da Rádio Gaúcha falou assim: “Ah, se fosse o japonês. Se fosse aquele árbitro japonês do primeiro jogo, teria dado agora pênalti para o Brasil. Não foi pênalti, mas o japonês teria dado pênalti”.

E o Pedro Ernesto, lá da cabina, emendou: “Ah, que saudade do japonês!”.

O Brasil tem sido, nesta Copa, um time indigno dos vaticínios, que o davam como grande equipe, o que não se confirmou até agora: uma vitória no apito contra a Croácia e um empate chorado contra o México   .

O Brasil foi melhor nos prognósticos do que no campo.

Não que o Brasil não tenha sido melhor do que o México ontem, foi melhor, mas só no segundo tempo. No primeiro, o México chegou a arrancar dos meus lábios    um absurdo: “O México parece até que está jogando uma Copa do Mundo   !!!”.

Desta vez, Neymar não brilhou. Os mexicanos o policiaram como se fosse um terrorista. Oscar não brilhou. Ninguém no Brasil brilhou.

Então, ficou a impressão de que há vários times melhores do que o Brasil nesta Copa. É o caso da Holanda, da Argentina, da Alemanha   , vai demorar tempo para o Brasil voltar a ser o favorito de todos neste Mundial.

Se o juiz japonês não tivesse inventado aquele pênalti no primeiro jogo, o Brasil estaria em apuros agora. Isso quer dizer que aquele pênalti foi o ato que classificou o Brasil desonestamente para as oitavas de final.

Sendo assim, Brasil e México despontam como os prováveis classificados. Isso se a Croácia não golear Camarões    hoje. A Copa ainda está no início    apenas: ontem havia time recém estreando.

Só nas oitavas é que vai pretear o olho da gateada. Sem Hulk, o Brasil decaiu. Isto de certa forma define o Brasil: se Hulk faz falta, então a coisa está braba.

E ontem desapareceu Neymar em campo. Os mexicanos descobriram o segredo    e o marcam como se ele estivesse amarrado nas galés.

Mas o fato definitivo é o seguinte: o Brasil, que antes do início da Copa era um favorito descarado, agora é apenas mais um dos muitos participantes que têm chance.

Até ontem, o blog aquele em que eu figuro com meu imitador Duda Garbi acusava 49 mil acessos. Temo que este seja o único caso em que o imitador é melhor do que o original.


Hoje, troco e boto outro no ar com ele, que eu não sou bobo.