quarta-feira, 18 de junho de 2014


18 de junho de 2014 | N° 17832
VERISSIMO NA COPA | L.F.VERISSIMO

VERISSIMO NA COPA VITÓRIA DO LOU COSTELLO

Bud Abbot e Lou Costello eram uma dupla famosa de cômicos americanos. De vez em quando ainda aparecem filmes deles na TV. Bud Abbot era o mais alto, Lou Costello o baixinho. E o técnico do México é igual ao Lou Costello. Não é? Isto não tem nada a ver com o jogo de ontem, a não ser pelo que ficará na biografia do Felipão: numa certa tarde quente em Fortaleza, o time dele foi amarrado por um time treinado pelo Lou Costello.

A certa altura do jogo, o David Luiz perdeu a paciência e foi ser o meio-campista que ninguém no nosso meio-campo conseguia ser. Carregou a bola para o campo adversário, fez o lançamento e continuou avançando para ser uma opção na conclusão da jogada.

A gente entendia que os atacantes brasileiros desaparecessem em campo, bem marcados que estavam pelos comandados de Lou Costello. Difícil de entender era o desaparecimento de um meio-campo inteiro, incapaz de preparar uma jogada sequer ou de se somar ao ataque. Luiz Gustavo ainda tinha a desculpa de ser o volante de contenção, nome mais bonito para o velho cabeça de área, e ter que ficar no seu lugar. Mas quantas vezes durante a partida se ouviu o narrador mencionar os nomes de Paulinho e Ramires?

Está certo, o responsável direto pelo empate foi o goleiro mexicano, Ochoa. Mas quem fechou o seu time e ganhou o jogo por 0 a 0 foi o Lou Costello.

BLEFES

A Bélgica estava quase se juntando ao Uruguai, derrotado pela Costa Rica, e a Portugal, humilhado pela Alemanha, como os maiores blefes da Copa, mas acabou derrotando a Argélia e escapando do vexame. O primeiro tempo da Bélgica no jogo de ontem deixou todo o mundo perplexo. Onde estava o time que, segundo muitos, seria a grande sensação do campeonato? No segundo tempo, os belgas se deram conta que estavam desmentindo tudo que se dizia deles e tomaram jeito.

Literalmente, se deram o respeito. De qualquer maneira, a decepção com a Bélgica nos ensinou, mais uma vez, a não confiar em times muito badalados antes de começar a jogar. “Blefe”, como se sabe, vem do inglês “bluf” e é um termo do pôquer. Você blefa quando dá a entender que tem um jogo que não tem. Todo blefe, para ser bem sucedido, depende de não ser desmascarado. No futebol, os blefes não funcionam como no pôquer. No campo, você precisa mostrar as cartas.

TEM VOLTA


O Brasil já pode ser considerado um blefe também? Calma. Tem volta. Ainda vamos jogar mais do que isto. Só falta providenciar um meio de campo.