sábado, 20 de janeiro de 2024


20 DE JANEIRO DE 2024
+ ECONOMIA

Gaúcha na Suíça é exemplo para ministro

Há menos de dois anos - quando ainda se chamava BSBios -, a Be8 comprou a MP Biodiesel, que funciona em Domdidier, na Suíça. Ontem, depois de participar do Fórum Econômico Mundial, em Davos, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (na foto, o terceiro da esquerda para a direita), visitou as instalações no Cantão de Friburgo. Considerou a experiência interessante por abastecer veículos com até 100% de biocombustível (B100).

Em nota, a empresa relatou que o ministro destacou o fato de um subproduto (óleo de cozinha usado) virar combustível sustentável, que abastece totalmente um veículo de transporte pesado. Na visão de Silveira, isso "reforça todas as potencialidades brasileiras no campo da produção de biocombustíveis". A empresa gaúcha já tinha uma subsidiária comercial na Suíça desde 2017. A unidade suíça usa apenas óleo de cozinha usado, a maior parte de canola, e em menor proporção, de girassol, como matéria-prima de biodiesel.

Conforme a empresa, o biodiesel produzido na Suíça tem maior qualidade do que o feito no Brasil por ter ponto de entupimento a frio em 20ºC negativos. No Brasil, o biodiesel "endurece" com 5ºC negativos. Na Suíça, a mistura mínima do biocombustível ao diesel fóssil é de 7%.

Por que a CEEE-D foi privatizada?

A constante demora em restabelecer o abastecimento de energia depois de eventos climáticos severos despertou nos gaúchos uma certa "saudade da antiga CEEE". Era melhor antes da privatização? O que é possível afirmar com certa segurança é que havia períodos mais longos de calmaria entre um temporal e outro. Mas por que, mesmo, a CEEE-D foi privatizada? Ao menos nesse caso, não havia alternativa: era uma estatal quebrada em um Estado quebrado.

Quando foi comprada por simbólicos R$ 100 mil, a CEEE-D tinha patrimônio líquido negativo de R$ 4,8 bilhões - oito vezes o prêmio da mais recente Mega da Virada. Ou seja, se a empresa vendesse tudo, ainda sobraria uma dívida de R$ 4,8 bilhões.

O valor pago pela Equatorial no leilão que nenhuma outra empresa quis disputar só remunerou um ativo: a concessão para distribuir energia elétrica em parte da Região Metropolitana, no sul do Estado e no Litoral Norte. O resto era encrenca. Entre os passivos, havia uma dívida de R$ 4,4 bilhões só de ICMS, da qual o Estado acabou "perdoando" R$ 2,8 bilhões, alegando risco de que ninguém se interessasse pela compra.

E tudo isso ocorria em um Estado que atrasava salários de servidores, fornecedores e até pagamentos a hospitais por que não tinha dinheiro sequer para manter o custeio básico em dia. O pesado investimento necessário para tirar a CEEE-D da mira da perda da concessão, que já se arrastava pelo menos desde 2015, então, era totalmente inviável.

O risco era real porque a estatal descumpria tanto indicadores de qualidade - era e continua sendo a última do ranking da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) - quanto os econômico-financeiros, que indicam capacidade de investir para melhorar o serviço.

Então, a CEEE-D foi privatizada para que uma empresa com acesso a recursos pudesse executar um plano ambicioso de melhora dos indicadores de qualidade e econômico-financeiros.

Os indicadores atuais, por incrível que pareça, até mostram certa melhora (leia reportagem de Fábio Schaffner na página 10), mas longe do ritmo necessário para que a CEEE Equatorial cumpra os requisitos que a Aneel cobra. Então, não serão CPIs, estadual ou municipal, que definirão o destino da distribuidora: será o empenho que sua atual controladora colocará no esforço para manter a concessão pela qual pagou módicos R$ 100 mil.

foi a alta do dólar no Brasil só nos últimos cinco dias úteis. A moeda americana ainda fechou a terceira semana do ano abaixo de R$ 5, mas por pouco. Na sexta, encerrou o dia em R$ 4,927. A maior pressão veio da mudança de projeção sobre o corte de juro nos EUA.

MARTA SFREDO

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