sábado, 22 de setembro de 2012



23 de setembro de 2012 | N° 17201PÁGINA 10 |
ROSANE DE OLIVEIRA

Pedras no caminho do PT

Mesmo que consiga aumentar o número de prefeitos em relação a 2008, o PT caminha para uma eleição traumática nas principais cidades do país e tende a sair menor do que entrou na disputa. E não é apenas por consequência da exploração do julgamento do mensalão pelos adversários. Carente de novos líderes, o partido entrou atravessado na disputa eleitoral, abriu mão de concorrer em cidades importantes e, de acordo com as pesquisas, colherá escassas vitórias nas capitais.

Sem um nome forte no Rio, o partido do ex-presidente Lula apoia o prefeito Eduardo Paes (PMDB), que deve ganhar no primeiro turno, mas no mapa do poder a estrela vermelha não aparecerá na cidade-sede das Olimpíadas. O PT também não tem candidato em Curitiba e Florianópolis.

Em São Paulo, a trajetória ascendente de Fernando Haddad foi interrompida na última pesquisa, apesar de todo o empenho do ex-presidente Lula, da presidente Dilma Rousseff e da ministra Marta Suplicy, que entrou na campanha e ganhou o cargo. O adversário de Haddad, José Serra (PSDB), parou de cair e nenhum dos dois ameaça o líder, Celso Russomanno (PRB).

Das capitais com pesquisas disponíveis, o PT lidera apenas em Goiânia – com a perspectiva de reeleger Paulo Garcia no primeiro turno – e em João Pessoa, mas em situação de empate técnico com o PSDB. As candidaturas petistas patinam em Porto Alegre, Recife, Salvador e Fortaleza.

No Rio Grande do Sul, as últimas pesquisas do Ibope indicam vitória dos candidatos do PDT em Porto Alegre e Caxias do Sul, no primeiro turno. A única situação confortável para o partido é Canoas, com a reeleição de Jairo Jorge praticamente garantida. Em Pelotas, Fernando Marroni deve enfrentar no segundo turno o tucano Eduardo Leite (PSDB), com resultado imprevisível.

O partido do governador Tarso Genro enfrenta uma crise em São Leopoldo, onde Ronaldo Zulke foi escolhido de última hora para substituir o candidato para quem perdera a disputa interna. Para piorar a situação, a Justiça Eleitoral indeferiu o registro da candidatura de Tarcísio Zimmermann em Novo Hamburgo, um prefeito que tinha a reeleição na mão e agora aguarda o julgamento de um recurso no Tribunal Superior Eleitoral.