quinta-feira, 27 de setembro de 2012



27 de setembro de 2012 | N° 17205
ARTIGOS - Ricardo Russowsky*

É tão fácil

O Brasil e nós, aqui do Rio Grande do Sul, não suportamos mais a vergonhosa malha rodoviária de que dispomos. Falta um pouco de tudo. E a maior ironia está no fato de que os trechos concedidos e tão polêmicos são os que ainda se salvam. Aqui, eles são os protagonistas do apocalipse por serem ainda reflexo de um dos mais sérios problemas do nosso Estado: a ideologização.

Precisamos de investimentos para ampliar e melhorar a malha existente. Ponto final. E a razão também é bem simples: boa parte está em mau estado e os gargalos, todos sabem, só aumentam o Custo Brasil. Enquanto no Rio Grande do Sul se discute o fim das concessões, no país a presidenta Dilma Rousseff retoma a tese dos investimentos privados em rodovias.

Para nós, cidadãos, interessa menos saber o certo ou o errado. Interessa mais ter segurança nas estradas, logística condizente com nossas necessidades e economia fluindo para que nosso PIB cresça estimulado pela competitividade e custos compatíveis com nosso esforço de produzir e vender.

Impostos altos e voracidade da máquina pública em arrecadar sem qualquer retorno aos cidadãos não serão os protagonistas deste artigo que quer, isto sim, estradas bem resolvidas, trafegáveis, seguras e, principalmente, respeitosas com os cidadãos. Temos no Brasil continental a menor rede rodoviária entre as 20 maiores economias do mundo e, ironicamente, somos um dos maiores territórios desta comparação.

Está na hora de crescer e pensar que o bem comum é para todos e que os interesses político-partidários têm demonstrado, ao longo de sua história, que são prejudiciais ao coletivo. Agora vale o bem-estar, a segurança, as condições de crescimento e o livre-arbítrio. Não se admite mais brecar o desenvolvimento por preconceitos ideológicos ou razões eleitoreiras.

Temos inúmeros exemplos para citar aqui e fora daqui. É um atraso tolerar estradas ruins porque os governos não têm recursos e também se recusam a buscar a saída na iniciativa privada por absoluto preconceito. Se os cofres públicos pudessem sustentar o crescimento, ótimo, mas, não podendo, não vamos admitir que os governos obstruam o fluxo do desenvolvimento que se impõe com prejuízo para toda sociedade.

*PRESIDENTE DA FEDERASUL