terça-feira, 21 de julho de 2015



21 de julho de 2015 | N° 18233
POLÍTICA AUMENTO DE IMPOSTOS

Medidas ainda sem apoio de aliados

DIVERGÊNCIAS COLOCAM EM XEQUE a aprovação de propostas em estudo, que devem ser apresentadas à Assembleia Legislativa em agosto. Líder do governo no parlamento admite que a elevação de tributos não é consenso nem no PMDB

O aumento de impostos em gestação nos bastidores do Palácio Piratini está longe de ser unanimidade, mesmo entre os deputados que apoiam a administração de José Ivo Sartori. Embora a base aliada seja maioria na Assembleia, as divergências põem em xeque a aprovação do projeto, que deve ser apresentado em agosto ao parlamento.

Revelada ontem por ZH, a proposta prevê a ampliação de 17% para 18% da alíquota geral de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), entre outras medidas. Líder do governo no Legislativo, Alexandre Postal (PMDB) admitiu que a hipótese “não é consenso nem no PMDB”, partido do governador. No meio empresarial, a possibilidade também é alvo de críticas.

– Não sei se é o momento adequado para levar a discussão adiante. Por onde a gente passa, só se fala em crise e demissões. Quando a ex-governadora Yeda Crusius propôs o aumento, votei contra – pondera Postal.

YEDA E OLÍVIO TENTARAM, MAS NÃO CONSEGUIRAM

Líder da bancada do PP, Frederico Antunes limitou-se a afirmar que a sigla continua contrária ao aumento de impostos, apesar de apoiar a atual gestão:

– Em novembro, nossa bancada já se manifestou sobre isso. Só vamos voltar a falar do tema se a proposta for confirmada oficialmente.

Na oposição, o projeto também é motivo de discordância. Conforme Luiz Fernando Mainardi, líder da bancada do PT, a legenda rejeita a “alteração pura e simples de alíquotas”. Já o deputado Pedro Ruas (PSOL) teme que o aumento seja repassado à população:

– No caso do ICMS, quem é taxado sempre repassa o valor.

Questionado sobre o projeto durante palestra em Bento Gonçalves, ontem, Sartori disse que, por enquanto, nenhuma decisão foi tomada. Outros governadores que tentaram alterar as alíquotas, entre eles Yeda Crusius (PSDB) e Olívio Dutra (PT), não conseguiram.
juliana.bublitz@zerohora.com.br