quinta-feira, 22 de dezembro de 2016



EDITORIAL ZH

O ESTADO EM REESTRUTURAÇÃO

O clima tenso que vem sendo registrado dentro e fora da Assembleia, enquanto parlamentares se manifestam sobre a proposta de reestruturação administrativa, dá uma dimensão da amplitude das alterações encaminhadas pelo governador José Ivo Sartori. 

É compreensível que, neste momento de decisões, segmentos da sociedade, particularmente os mais afetados pelas medidas, reajam com inconformismo e até com indignação. Mudanças provocam insegurança, e é por isso que não basta aprová-las: será preciso fazer com que realmente contribuam para gerar um novo Estado, menos voltado para si e mais para o bem comum.

Uma simples análise da pauta de projetos em exame pelos deputados, sem emocionalismos ou visões personalistas, pode até indicar omissões ou excessos, mas expõe acima de tudo o quanto o setor público gaúcho segue muito maior do que a capacidade de bancá-lo com os impostos arrecadados. Nessas condições, que o levaram inclusive a decretar situação de calamidade financeira, não tem sequer como atender a direitos mínimos dos servidores, como o de receber salários em dia, nem aos dos contribuintes, hoje às voltas com serviços de má qualidade ou mesmo privados deles.

Vencida essa etapa, que não se esgota com as mudanças propostas à Assembleia neste final de ano, o novo Estado, mais enxuto e menos dispendioso, precisará ser percebido como mais eficaz em suas áreas de atuação. A partir de agora, é preciso zelar, de forma permanente, para que os projetos resultem, de fato, em avanços para a maioria.