sexta-feira, 18 de janeiro de 2019


18 DE JANEIRO DE 2019
OPINIÃO DA RBS

AS CARÊNCIAS DAS POLÍCIAS

Com tão aguda falta de profissionais, crimes deixam de ser investigados e vítimas ficam sem resposta
Com o Rio Grande do Sul prestes a atingir o menor número de policiais civis em quase quatro décadas, o governador Eduardo Leite depara com um sólido obstáculo para a melhora nos índices da segurança pública: o tamanho do efetivo.

De acordo com reportagem de Zero Hora, com base em dados da Secretaria da Segurança Pública, o Estado conta hoje com metade dos profissionais necessários, um déficit de 4,9 mil policiais civis. Na Brigada Militar, na qual o número de soldados chegou a 47% do previsto em lei no final de 2018, a escassez também é uma realidade.

Com tão aguda carência de profissionais, crimes deixam de ser investigados, vítimas ficam sem resposta e a impunidade estimula os bandidos. É preciso esforço do Piratini para ampliar investimentos justamente na área que mais gera intranquilidade na população e que, junto com saúde e educação, deveria receber a maior parte das atenções e dos recursos dos governos.

Embora mais aparente, a necessidade de aumentar o tamanho do efetivo de segurança não é o único desafio do Piratini nessa área tão delicada.

Valorizar o trabalho prestado pela esmagadora maioria dos policiais, com o alto risco de vida inerente à sua profissão, também inclui investir em treinamento constante e na gestão dos recursos humanos, fatores que determinam o sucesso de uma organização que tem sua atuação alicerçada em pessoas.

Sem qualquer prejuízo à necessidade de repor e valorizar pessoas nas instituições policiais, a tecnologia vem mudando a forma como a segurança é feita.

Câmeras de monitoramento e softwares que coletam e analisam informações precisam, do mesmo modo, cada vez mais, ser levados em conta por um governo que se apresenta como inovador. São exemplos de ferramentas que se tornaram aliadas indispensáveis e que permitem uma visão mais sistêmica da segurança pública.

Repetidas vezes, o debate público vira refém de uma armadilha conceitual. O que realmente importa não é o tamanho do Estado, mas sua eficiência nas áreas em que deve, prioritariamente, se fazer presente. Nesse contexto, a segurança é um termômetro fundamental para medir a saúde do governo e da sociedade.

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