quarta-feira, 30 de janeiro de 2019



30 DE JANEIRO DE 2019
OPINIÃO DA RBS

SOLUÇÃO NEGOCIADA

Só o fato de ser responsável pela geração de cerca de 3 mil empregos diretos já é suficiente para fazer com que a General Motors se constitua hoje num empreendimento imprescindível para o Rio Grande do Sul. Por isso, é importante que as negociações envolvendo o futuro da unidade do Estado sejam levadas adiante com responsabilidade e de forma transparente. As alternativas precisam contemplar tanto a necessidade de resultados financeiros da corporação, que vem alegando prejuízo no período de 2016 a 2018, quanto a segurança dos trabalhadores e da comunidade na qual está instalada.

Na época das tratativas para sua instalação no Estado, ao final dos anos 1990, a GM foi contemplada com generosos incentivos fiscais. As concessões foram aprovadas justamente pela perspectiva de geração de empregos e de riqueza no futuro, o que acabou se confirmando na prática. A planta gaúcha, que integra as operações da empresa no Mercosul, é responsável atualmente pela produção do veículo mais vendido no Brasil.

É do interesse do Rio Grande do Sul, portanto, que a GM fique no Estado. As condições para que a decisão seja nesse sentido, porém, precisam atender aos anseios de todos os envolvidos - empresa, população e poder público. Os sinais de interesse da corporação de rever os investimentos na América Latina, emitidos inicialmente nos Estados Unidos e, agora, transmitidos aos trabalhadores no Brasil, não contribuem para a construção de um clima de confiança.

Hoje, a montadora de veículos responde por cerca de 40% do retorno do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de Gravataí, além de mobilizar cerca de 3 mil pessoas entre os sistemistas. Se os planos originais de investimentos fossem mantidos, a expectativa é de que pelo menos R$ 1,4 bilhão fossem destinados à unidade gaúcha até 2020. É importante que as negociações levem em conta esses aspectos.

Os gaúchos têm orgulho da GM e o Rio Grande do Sul se mostra, cada vez mais, aberto a iniciativas inovadoras. A indústria automobilística é um dos setores de vanguarda da disrupção de modelos tecnológicos antigos. Carros movidos a energia limpa e pilotados por inteligência artificial já são realidade em outros países. Mais cedo ou mais tarde, o mercado brasileiro se beneficiará desses avanços. Queremos a GM e sua fábrica gaúcha cada vez mais sintonizadas com esta nova realidade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário