sábado, 21 de dezembro de 2019


21 DE DEZEMBRO DE 2019
RODRIGO CONSTANTINO

Energúmeno ou embusteiro?

Seria Paulo Freire um energúmeno, como acusou Bolsonaro? Ou estaria ele mais para um embusteiro, uma farsa, como acusava o então reitor do prestigiado Colégio São Bento, dom Lourenço de Almeida Prado?

Quando falamos de Freire, uma legião de adoradores fanáticos logo surge para questionar quem somos nós para criticar alguém tão respeitado lá fora. Complexo de vira-lata à parte, e lembrando que há muita porcaria em Harvard também, e que até Lula é Honoris Causa por aí, vale resgatar algumas passagens do próprio, pois a melhor estratégia contra um comunista é deixá-lo falar. "Argumento de autoridade" não é argumento.

Freire não era um educador, mas um militante radical. "O meu ponto de vista é o dos ?condenados da Terra?, o dos excluídos", confessou. Ele lutava contra a "malvadez neoliberal", oferecendo em troca o "sonho" e a "utopia". Era contra a "ética do mercado", e queria transformar cada aluno num "sujeito histórico", "transformador", ou seja, um soldado da causa comunista.

Ele importou para a sala de aula o conceito marxista de luta de classes, enxergando apenas opressor e oprimido em vez de aluno. E todo conhecimento objetivo era descartado como instrumento do lado opressor, burguês. Freire desejava uma escola com partido, o partido da esquerda radical para fazer sua revolução política, inspirada em Fidel e Che.

Era mestre do sofisma e, com passagens enfadonhas e obscuras, simulava uma profundidade inexistente, como a roupa invisível do imperador. Coisas assim: "É preciso que [...] vá ficando cada vez mais claro que, embora diferentes entre si, quem forma se forma e re-forma ao formar e quem é formado forma-se e forma ao ser formado". E tem coisa pior!

Por trás da fala mansa e da mensagem supostamente abnegada havia muita raiva: "Está errada a educação que não reconhece na justa raiva [...] um papel altamente formador". E ele confessa a origem disso: "Estava sendo, então, um adolescente inseguro, vendo-me como um corpo anguloso e feio, percebendo-me menos capaz do que os outros, fortemente incerto de minhas possibilidades". Era inseguro frente aos "colegas ricos". Dessa insegurança, dessa raiva, desse ressentimento, surgiu a tal "pedagogia do oprimido", a pura ideologia da inveja.


RODRIGO CONSTANTINO

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