sábado, 23 de novembro de 2013


24 de novembro de 2013 | N° 17624
PAULO SANT’ANA

Uma voz tonitruante

O ex-governador Olívio Dutra deu entrevista ao Jornal do Comércio, quinta-feira passada, com impressionante dose de confiteor.

Olívio atacou os mensaleiros condenados, entre eles José Dirceu e José Genoino, ambos pertencentes ao PT do próprio Olívio.

Olívio Dutra afirmou: “Até pode ser questionada a condenação, mas as instituições têm seus funcionamentos. O que não se pode admitir é o toma lá dá cá nas práticas dos mensalões em todos os partidos, nas quais figuras do PT participaram”.

Continuou Olívio com sua retumbante entrevista: “Um partido como o PT não pode ser jogado na vala comum com atitudes como esta. Com todo o respeito que essas figuras têm, não é o passado que está em jogo, é o presente, e eles se conduziram mal, envolveram o partido. O sujeito coletivo do PT não pode ser reduzido em virtude dessas condutas. O PT surgiu para transformar a política de baixo para cima. Eu não os considero presos políticos, foram julgados e agora estão cumprindo penas por condutas políticas”.

É bombástica essa entrevista de Olívio Dutra. Quantos e quantos petistas gostariam de ter dito essas coisas e agora estão aplaudindo Olívio Dutra por essas declarações, que de certo modo afirmam que o todo do PT verbera as condutas no mensalão e não admite que se enxovalhe todo o PT por esses crimes cometidos por meia dúzia de petistas.

A entrevista de Olívio Dutra é urgente, inteligente, providencial no instante em que meia dúzia de representatividades petistas tentam enodoar e descaracterizar a corajosa condenação do Supremo Tribunal Federal não só a petistas mas a membros de outros partidos.

Soa estridente a voz de Olívio Dutra no seio do PT, respeitando a decisão da Justiça e verberando a conduta dos membros de seu partido no mensalão.

Já o silêncio de muitos e importantes membros do PT respeitou a decisão do Supremo.

Mas a palavra de Olívio Dutra vai ao encontro do silêncio (e de encontro) dos outros e com certeza será respeitada pelo todo partidário.

A história de Olívio no PT e em toda a sua carreira política reveste a sua palavra de autoridade respeitável e incontestável.


O mundo não está perdido.