28
de novembro de 2013 | N° 17628
L.F.
VERISSIMO
Como seria
Alguém
aí se lembra que um dos primeiros atos do Collor na presidência foi fechar um
local onde faziam experiências nucleares, simbolizando o fim da pretensão do
país de ser uma potência atômica? Ou eu estou delirando?
A
pretensão era defendida pela facção Brasil Potência entre os militares e
imagina-se que a negociação secreta para o seu fim, talvez instigado pelos
americanos, não tenha sido fácil. De qualquer maneira, não se ouve mais falar
em programa nuclear brasileiro nem em Brasil Potência, os militares estão
quietos e o próprio Collor anda meio apagadão.
Só
pensei no assunto porque é interessante especular sobre como teria sido se o
Brasil não desistisse do programa e estivesse hoje a ponto de dominar a
tecnologia nuclear, na última fase do enriquecimento de urânio e prestes, Deus
meu, a ter a bomba. Seríamos considerados uma ameaça à paz continental e ao
equilíbrio geopolítico da região? As grandes potências se uniriam contra nós,
como fizeram com o Irã, e nos mandariam voltar para nossa insignificância
bélica? Especulações, especulações. Seja como for, seria bom ter a bomba nem
que fosse só para ver a cara dos argentinos.
PESOS
E MEDIDAS
Recorre-se
tanto à frase “dois pesos e duas medidas” para reclamar isonomia no julgamento
dos casos de corrupção no país, que eu proponho o fim da hipocrisia. Oficialize-se
já dois sistemas de pesos e medidas diferentes no Brasil, um que vale só para o
PT (Sistema 1) e outro para os outros, principalmente o PSDB (Sistema 2). As
previsíveis confusões – desencontros em construções, conflitos na medição de
terras etc. – seriam resolvidas por um conselho arbitral formado por
representantes dos dois sistemas. Desde que não fosse presidido pelo Barbosa,
claro.
O
ESQUECIDO
Depois
de ver pela TV o último jogo do Bayern Munich, aprofundou-se, para mim, um
mistério. Está certo, Cristiano Ronaldo é ótimo, Messi é espetacular, Neymar é
genial – mas por que, na hora de premiar o melhor do mundo, nunca se lembram do
Robben? Ele é aquele holandês careca que tem o hábito de decidir jogos, como
fez contra o Brasil na Copa da África do Sul. É o jogador mais produtivo do
mundo. E sempre é esquecido.