quarta-feira, 11 de julho de 2018



11 DE JULHO DE 2018
+ ECONOMIA

"CHOCA A DECADÊNCIA DO RS"

Aos 94 anos, Anton Karl Biedermann se prepara para dois eventos: o Pan Americano Master de Natação e o lançamento do livro 50 Metros a Mais... Em Porto Alegre, criou a Diehl, Biedermann & Bordasch, auditoria que se tornou uma das maiores do Brasil. Presidiu a Federasul, o conselho do Sebrae e a agência Pólo (na época, com acento). Na próxima segunda-feira, participa de um talk show na ADVB-RS para lançar o livro. Na seguinte, estará em Orlando (EUA), para disputar o Pan.


ROTINA DE TREINOS

"Nado todos os dias, de 2 mil a 3 mil metros, menos um, que eu dou uma descansada em um dia da semana. Faço musculação três dias na semana, para se manter vivo. Em 15 dias, vou disputar o Pan Americano Master, em Orlando, na Flórida. É o antigo veterano, com nome mais imponente. No ano passado, disputei o Mundial também."

HUMOR COM O PAÍS

"Horrível. Não vejo perspectiva de que se tenha um grupo de pessoas com capacidade para acertar. Não só o país, mas o Rio Grande do Sul também. É o segundo Estado com maior débito. Como vamos arrumar isso?

PIORA OU ACÚMULO?

"Sempre foi ruim. Pouco antes da década de 1970 começou essa degringolada. Em trabalho na Fiergs, Guilherme Moojen apontava o problema da Previdência, que já era 20% da folha. Alertava que poderia ficar como hoje, acima de 50%. Apontava as vantagens a categorias que acabaram provocando tudo isso. Um grupo de pessoas responsáveis poderia pôr fim a essas vantagens absurdas, concedidas em detrimento da população, que é quem paga."

DECADÊNCIA DO RS

"O que mais me choca é a decadência do RS. Dois momentos colaboraram. Durante a guerra, fecharam escolas alemãs e italianas, sem substituir. Algumas mil crianças ficaram sem escolas, deve ter produzido influência gigantesca naquela geração e nas que se seguiram. Medo grande do poder público. É o Deus soberano, para mal e para bem. Também o desaparecimento dos bancos locais, havia o Sul Banco, Província, Nacional do Comércio. O Interior todo era quase só de pequenas empresas, e os diretores conheciam os empresários, aconselhavam, emprestavam dinheiro. Criava uma força grande, que desapareceu."

VIDA ATLÉTICA

"Fui educado assim. Minha mãe, muito avançada, nos fazia praticar exercícios físicos. Havia um programa de ginástica na Rádio Nacional. Tinha um instrutor que todas as manhãs orientava as pessoas. Depois fui para São Paulo, entrei no Corinthians, onde comecei realmente a praticar a natação. Descobri que podia estar com um problema gigantesco que, se remar ou nadar, aquilo desaparece.

Ainda é pouco, mas o avanço de cinco posições do Brasil em ranking de inovação é valioso. O país ficou em

64º

em levantamento da Organização Mundial de Propriedade Intelectual, feito com apoio local da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

marta.sfredo@zerohora.com.br-MARTA SFREDO