sábado, 22 de abril de 2023



22 DE ABRIL DE 2023
ACERTO DE CONTAS

Largada negativa da economia gaúcha

A economia gaúcha começou 2023 em queda. O Índice de Atividade Econômica Regional do Rio Grande do Sul (IBCRRS), calculado pelo Banco Central e considerado uma prévia do PIB, trouxe um recuo de 0,4% em janeiro sobre dezembro de 2022. Na média nacional, houve praticamente uma estabilidade, com redução pequena de 0,04%.

O mês trouxe avanço das vendas do varejo gaúcho (+1,6% no ampliado, que considera veículos e materiais de construção), mas estabilidade no setor de serviços (0%), que não avançou nem recuou. O baque veio da indústria, que produziu 3,4% menos, a queda mais intensa do país na pesquisa do IBGE.

O acumulado de 12 meses ainda traz alta de 1,4%. Economista-chefe da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL Porto Alegre), Oscar Frank pondera que o PIB, que demora mais para ser calculado, tem capturado com mais precisão o impacto de estiagens, trazendo índices mais negativos do que os do Banco Central. A safra de grãos de verão enfrentou prejuizo da falta de chuva pelo segundo ano consecutivo.

Taxa digital

Defensor da cobrança dos impostos devidos em compras em sites asiáticos, o presidente da Associação Gaúcha do Varejo, Sérgio Galbinski, acredita ser factível a taxa digital proposta por lojistas e cogitada pelo Ministério da Fazenda. Ele cita plataformas dos Estados Unidos que já calculam o imposto e cobram antes quando o consumidor informa ser do Brasil. Se não paga, a compra nem é gerada, diz ele.

- O computador soma o frete e calcula o imposto. É fácil programar. A pessoa que enviar a encomenda ao Brasil cola no pacote a nota fiscal e a guia paga. Sem elas, a mercadoria seria mandada de volta.

Nesses 40 anos, já vivemos vários ciclos. Já acompanhamos desde marcas e produtos que foram absolutos sucessos, mas que eram, na verdade, algum modismo e acabaram caindo a outras marcas e segmentos que permanecem até hoje. Também já acompanhamos momentos de inflação altíssima e outras crises, sendo a pandemia a mais recente. Não percebemos um determinado segmento que esteja sofrendo mais, porque é um ciclo. Teve uma época, há uns cinco anos, quando capinhas de celular foram um boom. Todo mundo queria, tinham várias lojas, e todas vendiam muito. Depois, acaba se estabilizando. Sim, iniciamos o ano impactados com a Americanas, que impactou todo mundo, e outras situações de varejo, mas não enxergo um mix específico sofrendo.

Calçadista fechada sem aviso

Empresa do setor calçadista, o Grupo São Francisco, que estava em recuperação judicial, teve falência decretada pela Justiça. O negócio tem as operações Madra, Hiker, G. da Silva e São Francisco Indústria de Calçados, em Parobé e São Francisco de Paula. O plano de recuperação seria votado agora em abril, mas, semanas antes, os funcionários foram surpreendidos ao chegarem nas fábricas e encontrarem as portas fechadas. Além disso, viram que documentos, bens e maquinários foram retirados.

- Agora a empresa está lacrada e estamos organizando o leilão dos bens - explicou o advogado Diego Estevez, do escritório Estevez Guarda, que era administrador judicial na recuperação e agora é responsável pela massa falida.

De acordo com o presidente que representa os sapateiros em Parobé, João Nadir, cerca de 120 funcionários foram impactados. A coluna não conseguiu contato com os donos da empresa.

GIANE GUERRA

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