quinta-feira, 27 de abril de 2023


27 DE ABRIL DE 2023
IPE SAÚDE

Médicos sugerem coparticipação maior

Representantes da classe médica sugeriram, ontem, ao governo do Estado, que a reforma do IPE Saúde permita que a categoria aumente os valores cobrados de coparticipação dos usuários do plano. A ideia é que os médicos tenham liberdade para cobrar o valor que desejarem de coparticipação, até determinado limite.

Um eventual aumento na coparticipação, na visão do presidente do Sindicato Médico (Simers), Marcos Rovinski, poderia aliviar o aumento de custo fixo mensal sobre os servidores.

- Seria uma forma de fazer um pouco mais de justiça nos honorários médicos, sem que impacte de maneira tão dura os usuários. De fazer o usuário pagar (mais na coparticipação) quando for usar (os serviços), e não colocar esse custo dentro da participação mensal - apontou o presidente do Simers.

Os representantes dos médicos também sugeriram que a cobrança de coparticipação dos servidores, atualmente limitada a consultas e exames, também passe a existir para procedimentos e cirurgias.

- Dois pontos são fulcrais para os médicos: a primeira é a ampliação da coparticipação. Hoje é de consultas e exames, que passaria também para internações, procedimentos e cirurgias. Que se dê a possibilidade de a defasagem (de pagamento aos médicos) ser corrigida com a coparticipação. E, em segundo lugar, a liberdade de o usuário do IPE poder escolher o médico, mesmo que ele não seja credenciado ao IPE - destacou o deputado Dr. Thiago Duarte (União Brasil), que participou do encontro com o governo.

Reunião

As sugestões foram levadas em reunião realizada entre Simers e Amrigs com o secretário-chefe da Casa Civil, Artur Lemos.

O pedido central dos representantes de médicos é que o governo do Estado garanta, na reforma do IPE Saúde, o reajuste nos honorários dos profissionais vinculados ao plano. Na proposta inicial de reformulação do IPE, o governo Leite sinalizou com a ampliação de cerca de R$ 200 milhões para R$ 340 milhões o orçamento anual para pagamento de honorários médicos. A sinalização é considerada positiva pela categoria.

- O tom da reunião foi harmônico. Eu sinto que há interesse (do governo) em modificar o status (dos honorários). Agora, é questão de detalhes - avaliou o presidente do Simers, ao sair da reunião.

O presidente do IPE, Bruno Jatene, reforçou o interesse do governo em melhorar os pagamentos aos médicos do plano:

- Esta reforma é muito mais do que alteração de contribuição. É importante que o IPE cubra o seu déficit, mas também avance para melhorar o serviço, e isso passa por reajustar os honorários médicos - disse Jatene.

O valor final que será destinado pelo governo para ampliar os honorários dependerá de qual reforma do IPE será aprovada na Assembleia Legislativa. A atual previsão de aumento de R$ 140 milhões para honorários considera a proposta inicial do governo - que vem sendo criticada por parte dos aliados, em especial pela ampliação de custos para os servidores com menores salários e com idade mais avançada.

A proposta de reformulação da cobrança do IPE Saúde foi apresentada no último dia 17, com objetivo de reduzir o déficit mensal de R$ 36 milhões no plano. Para aumentar a arrecadação, o projeto atual do Piratini prevê o aumento da contribuição dos servidores de 3,1% para 3,6% para adesão ao IPE.

GABRIEL JACOBSEN

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