segunda-feira, 20 de maio de 2019



20 DE MAIO DE 2019
+ ECONOMIA

NA GM, 6,7 MIL FUNCIONÁRIOS E QUASE MIL ROBÔS

Quem não se lembra de uma visita a fábrica feita na infância, que estimulou a imaginação sobre como são feitos os produtos que cercam nosso dia a dia? Quem não andou pelo Exterior e, ao deparar com uma marca feita no Rio Grande do Sul, ficou orgulhoso? Essas duas questões fizeram surgir o projeto #comofazRS, que estreia hoje em gauchazh.com.br. 

É uma série de vídeos que se estende até junho, com dois episódios semanais. Mostrará grandes companhias gaúchas, negócios que testam novas vocações e empresas que miram a economia "de" amanhã, não "do" amanhã. Mesmo nas poucas que mantêm programas de visitação, a coluna chegou a pontos raramente alcançados pelo público em geral.

A estreia é com a unidade da General Motors de Gravataí, que se prepara para completar duas décadas no Rio Grande do Sul no próximo ano. A linha de produção que deve superar mil robôs convive bem com a estimativa de 6,7 mil funcionários em todo o complexo e 2,9 mil só na GM, conforme seu diretor de operação, o colombiano Luis Mesa.

Pela fábrica, já é possível identificar os moldes (espécies de grandes carimbos que definem os contornos da lataria) da próxima família de carros, resultado do investimento de R$ 1,4 bilhão confirmado em agosto de"CAPITAL PARA APROVAR REFORMAS QUASE ESGOTOU"
ENTREVISTA | CRISTIANO OLIVEIRA, Economista-chefe do Banco Fibra
A mudança de humor no mercado financeiro está relacionada à nova percepção sobre o governo Bolsonaro. Há cerca de um mês, o economista-chefe do Banco Fibra, Cristiano Oliveira, vem dizendo que o Banco Central (BC) terá de reduzir o juro básico ainda este ano para evitar estagnação ou até volta da recessão. Na semana passada, passou a ser acompanhado por pesos pesados, como Itaú e Bank of America.

Há risco real de volta à recessão?

O mais provável é que a economia cresça 1%, ou pouco menos, neste ano. E mesmo com a reforma da Previdência, o Brasil pode ter crescimento baixo também em 2020. A ideia de que basta aprovar a reforma para crescer mais nos próximos anos não é mais vista como uma certeza. Incertezas políticas prejudicam as perspectivas de crescimento para os próximos anos. O que mais preocupa, agora, não é a redução das expectativas para 2019. Está dado que vamos crecer 1% ou menos. O mais complicado é ver como serão comprometidas as expectativas para 2020 e 2021. É um processo ainda no início. Deve haver revisões adicionais para os anos seguintes, mesmo aprovando a reforma da Previdência.

O que mudou?

Primeiro, embora não se acreditasse que a economia com a reforma chegaria a R$ 1,2 trilhão, havia expectativa de cerca de R$ 1 trilhão. Hoje, avalia-se que deve ficar em R$ 600 bilhões. Outra questão é que, se na mais importante o governo não consegue formar maioria, imagine nas que não são tão cruciais, mas necessárias para destravar o crescimento, como a reforma tributária e outras. Se falta capacidade gerencial para formar maioria, negociação, capacidade de liderar essas mudanças, já nos seis primeiros meses de governo, o que serão os próximos anos? O capital político de qualquer governante é maior no início do mandato. Se o capital político deste governo quase evaporou nos primeiros cinco meses, provavelmente será impossível aprovar algo relevante nos próximos anos. A expectativa de aprovar futuras reformas vai se esvaindo. Isso faz com que o mercado comece a projetar taxa de crescimento futura bastante medíocre no Brasil.

Daí sua defesa de redução no juro?

Existem condições objetivas para cortar o juro: expectativas de inflação estão ancoradas até 2021, juros reais internacionais (taxa nominal, descontada a inflação) estão negativos, ou em zero. Isso permite que o Brasil, que tem taxa real alta em relação ao resto do mundo, reduza o juro. A situação política é coincidência. Como a reforma vai demorar a dar tração à economia, enquanto isso temos política monetária.

Adianta, se o corte não chega à ponta?

Esse novo BC tem a tarefa de fazer com que redução no juro básico chegue ao tomador de empréstimo. Estamos falando de redução de spread (diferença entre captação e empréstimo). Terá de criar mecanismos para isso.

O grupo espanhol Globalia, dono da Air Europa, manifestou interesse em atuar no Brasil quatro dias antes do prazo para que a medida provisória que libera empresas com capital 100% estrangeiro a operarem no país seja aprovada ou caduque. A disposição deve ser usada como pressão para aprovar a MP. A empresa é a terceira maior aérea da Espanha, depois de Vueling e Iberia. Hoje, faz voos de Guarulhos, a Lisboa e Madrid, e vai de Recife a Lisboa. Tem cerca de 50 aeronaves, com meia dúzia de Embraer. 2017. Partes virão da China. Os primeiros modelos, que incluem uma versão compacta de SUV e um sedã intermediário, devem ser lançados até o final deste ano.

MARTA SFREDO

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