segunda-feira, 10 de abril de 2023


10 DE ABRIL DE 2023
INFORME ESPECIAL

Proteção à fauna e segurança nas estradas Gelada de chocolate

A Dado Bier fechou uma parceria curiosa com a Magian Cacao, marca de chocolate artesanal gaúcha eleita a melhor do país em 2020, e lançou uma cerveja com nibs de cacau. A bebida foi produzida artesanalmente, em edição limitada (150 litros). O mestre cervejeiro da Dado Bier, Michael Dresch, explica que a novidade é do estilo porter, que possui tonalidade escura e notas maltadas, que remetem ao chocolate e mesmo ao cacau.

- O chocolate está ainda mais evidenciado pela utilização de nibs de cacau na mostura e na lavagem dos grãos, além do uso de chocolate 100% cacau na maturação - explica.

O processo produtivo foi todo realizado na microcervejaria do Food Hall Dado Bier e acompanhado pelo chocolatier e fundador da Magian Cacao, André Passow.

- Foi um intercâmbio muito legal e de grande aprendizado tanto para a Magian quanto para a Dado Bier. Eles puderam acompanhar aqui o processo de torra e descasque das amêndoas de cacau para a obtenção do nibs, que, juntamente com o chocolate 100%, foram a matéria-prima para elaboração dessa cerveja. E na cervejaria nós pudemos acompanhar a moagem dos maltes, a dosagem dos ingredientes e os demais processo de fabricação da cerveja - conta André.

A cerveja já está disponível no Food Hall Dado Bier (R$ 15,00 o copo de 200 ml) e nos próximos dias chegará também em lata de 473 ml.

Colaborou Raíssa de Avila

Quem trafega pelas rodovias gaúchas nota com frequência animais silvestres atropelados nas vias ou nos acostamentos. Ninguém acompanha tanto essa questão quanto a equipe do Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas (CBEE), da Universidade Federal de Lavras (UFLA), de Minas Gerais. As estimativas são impressionantes. Seriam até 1,3 milhão de bichos mortos todos os dias. Mais de 90%, claro, de pequeno porte, como sapos, que sequer são notados pelos motoristas. Mas também há animais de médio e grande porte, com potencial inclusive de causar acidentes graves.

Em 2014, o CBEE criou o Sistema Urubu, um aplicativo que convida pessoas preocupadas com a conservação da fauna a fotografarem os animais atropelados. É uma contribuição para se ter uma ideia melhor sobre os pontos com maior frequência de casos e as espécies mais envolvidas. O material é submetido a validadores para atestar a identificação. O engajamento é grande no Estado. O Rio Grande do Sul foi o campeão de registros ano passado no país. Em 2022, foram notificados 290 atropelamentos, de animais de 61 espécies. Os dados, no entanto, são oriundos de poucas dezenas de municípios. É uma amostra pequena, portanto.

O coordenador do CBEE, Alex Bager, explica que isso não significa, obviamente, que o maior número episódios ocorre no Estado.

- É reflexo do alto engajamento dos gaúchos no uso do aplicativo e da conscientização quanto ao problema - diz Bager, que já participou de estudos no Rio Grande do Sul, como no Taim.

Mesmo assim, fica a dica. O grande número de concessões de rodovias vai exigir cada vez mais editais que contemplem a questão, exigindo investimentos em passagens para a fauna. Isso demanda estudos complexos para determinar os pontos de maior risco e o melhor método. Um trabalho meticuloso evita adicionar custos desnecessários que, ao fim, também se refletem nas tarifas.

Os atropelamentos, mesmo dos pequenos animais, causam danos à biodiversidade. Entre outras razões, por afetar a cadeia alimentar. E os casos, o que também inclui animais domésticos, podem ter consequências graves ou causar prejuízo significativo. Colidir em uma capivara, por exemplo, é extremamente perigoso quando o veículo envolvido é de passeio. Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), a partir de informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), mostrou que, em 2014, os atropelamentos de animais causaram 3,1 mil acidentes no país, sendo 362 considerados graves, que deixaram 1,3 mil pessoas feridas e 82 mortas.

INFORME ESPECIAL

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