sexta-feira, 10 de maio de 2019

Jaime Cimenti

Burke, pai do conservadorismo 

O grande pensador, escritor e político Edmund Burke nasceu em Dublin por volta de 1728-1730 e faleceu em Beaconsfield, Inglaterra, em 1797. É considerado o fundador do conservadorismo moderno e suas obras são consideradas de estudo obrigatório para todos os interessados em política. Especialmente num mundo com os acontecimentos da atualidade, a obra de Burke sem dúvida deve ser considerada.

A Filosofia Política de Edmund Burke (É Realizações, 568 páginas, R$ 124,90), da professora doutora Ivone Moreira, coordenadora do Mestrado em Ciência Política e Relações Internacionais do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa, onde atua também como professora convidada, é obra de fôlego de quem é considerada a mais importante especialista de Burke em língua portuguesa. Burke era um whig, membro do partido liberal inglês, da base aristocrática, que se opunha ao poder absoluto do Rei.

Defendia causas do liberalismo britânico, pelas quais lutou ardorosamente como membro do Parlamento entre as décadas de 1770 e 1790.Como teórico político e filósofo em ação, como gostava de se considerar, Burke condenava os excessos da monarquia, mas fez severas críticas à Revolução Francesa (1789-1799), por certos métodos que seriam ignorâncias e brutalidades.

Em 1790 escreveu o famoso Reflexões sobre a Revolução Francesa. Tinha mais simpatia pela Revolução Norte-Americana e sempre foi malvisto pelos tories (conservadores). Sua produção filosófica e literária foi imensa. Ivone Moreira examina cinco grandes momentos da vida e obra de Burke. Homem e sociedade, razão e política, fundamentos da política, a ação política e política e religião são os títulos dos cinco grandes capítulos do volume, que tem prefácio do cientista político Bruno Garschagen, que escreveu: "Em seu livro Ivone mostra que o pensamento de Burke é articulado, profundo, claro e que, mesmo assistemático e forjado sob a pressão dos acontecimentos de sua época, ainda assim se mostra coerente e atual".

Nas páginas finais um apêndice sobre Burke e o historicismo, posfácio da autora, farta bibliografia, outros estudos e um índice remissivo. Num mundo dividido e com poucas definições claras, a obra de Burke vem em boa hora. -

Jornal do Comércio (https://www.jornaldocomercio.com/_conteudo/colunas/livros/2019/05/682771-burke-pai-do-conservadorismo.html)

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