quinta-feira, 24 de outubro de 2024


24 de Outubro de 2024
CÚPULA DO BRICS

Lula critica guerras em Gaza e Ucrânia e defende taxação de super-ricos

Em discurso a distância assistido por Putin, presidente afirmou que é preciso evitar escalada dos conflitos no Leste Europeu e Oriente Médio

Após cancelar a viagem à Rússia para a Cúpula do Brics em razão do acidente doméstico que teve no fim de semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou da reunião ontem por videoconferência. Em um discurso de sete minutos, ele criticou as guerras na Ucrânia e no Oriente Médio e defendeu a taxação de super-ricos.

Lula abriu a fala agradecendo o apoio dos integrantes do bloco à presidência brasileira no G20 neste ano e reiterou a intenção de utilizar o período em que estará à frente do grupo das maiores economias para pautar o combate às desigualdades.

- Seu respaldo do Brics foi fundamental para avançar em iniciativas que são cruciais para redução das desigualdades, como taxação dos super-ricos - disse o petista.

Lula disse ainda que a presidência brasileira reafirmará a proposição de um mundo multipolar, o que reforça a posição do Brics como uma força de contraposição, com protagonismo da China, ao poder da aliança Estados Unidos-Europa na política global. Segundo o presidente, é preciso buscar uma "relação menos assimétricas entre os países".

Nessa linha, o presidente voltou a defender a adoção de uma moeda comum no bloco. A ideia é de que os membros possam fazer comércio sem precisar recorrer ao dólar, que domina os negócios globais desde o século passado. Segundo Lula, essa é uma discussão que "não pode mais ser adiada":

- É chegada a hora de avançar na criação de meios de pagamento alternativos para transações entre nossos países. Não se trata de substituir nossas moedas, mas é preciso trabalhar para que a ordem multipolar que almejamos se reflita no sistema financeiro internacional.

Negociações de paz

Diante do presidente da Rússia, Vladimir Putin, que iniciou a invasão ao território ucraniano, Lula afirmou que é preciso "evitar uma escalada" do conflito no Leste Europeu e que é crucial "iniciar negociações de paz".

A fala mais dura, no entanto, foi sobre o Oriente Médio. Lula mencionou declaração do presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, que classificou a situação na Faixa de Gaza como o maior "cemitério de mulheres e crianças" do mundo. Israel começou a ofensiva no enclave depois de atentados do grupo terrorista Hamas, no final do ano passado, matarem 1,2 mil pessoas em solo israelense.

Lula ainda fez um apelo em relação às mudanças climáticas, afirmando que a ciência indica "um sentido de urgência sem precedentes". 

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