quarta-feira, 30 de outubro de 2024



30 de Outubro de 2024
INFORME ESPECIAL - Rodrigo Lopes

A esquerda no divã

A esquerda precisa sentar no divã para compreender por que se desconectou das massas populares. Partidos desse espectro político venceram apenas em duas capitais brasileiras - Recife, com a reeleição de João Campos (PSB), e em Fortaleza, com a vitória de Evandro Leitão (PT).

É o mais baixo número desde a redemocratização: em 1985, eram quatro prefeitos de esquerda, tendo chegado a 17, em 2004, no primeiro mandato de Lula.

Há problemas pontuais de rejeição a determinados candidatos, mas, de forma geral, as questões são profundas: falta comunicação mais eficiente, existe dificuldade de utilizar as redes sociais como ferramenta de propaganda, percebe-se uma elitização de quadros, que a mantém apartada do resto do povo, além de fragmentação interna. A esquerda, que lutou bravamente contra a ditadura e regimes autoritários, ajudando a devolver a democracia ao país, perdeu boa parte de sua base, os sindicatos, até pela transformação da forma de trabalhar.

No entanto, é hoje uma efígie do passado também por decisões - ou a falta de - ao longo dos últimos anos. Não são suficientes apenas pautas identitárias ou conceituais para conquistar o eleitor. É preciso defender democracia, ser contra o racismo, o machismo e a homofobia e a transfobia.

Mas é necessário compreender que as camadas mais pobres querem empreender, algo um tanto vilanizado pela esquerda, como forma de ascensão social. As classes mais baixas preocupam-se com segurança, não apenas a partir de um conceito de violações de direitos humanos por parte da polícia, um discurso que a esquerda adotou. Esses são só dois exemplos dos tantos que os partidos precisam rever.

Não basta à esquerda tachar seu ex-eleitor como "bolsonarista" e considerá-lo perdido. É preciso aceitar que o perfil social da população mudou. O Brasil está mais religioso, sim. Mas os evangélicos, para ficarmos em um grupo importante entre os eleitores da direita, não são só pessoas apegadas a seus valores: são cidadãos que frequentam postos de saúde, mantêm filhos na Escola Infantil, pegam ônibus e avaliam a qualidade (ou falta de) desses serviços públicos.

Isso só se compreende voltando às bases, em um profundo processo de reflexão que precisa começar já. 

Sistema Ocergs premia cooperativas gaúchas

O Sistema Ocergs entregou na noite de segunda-feira o Prêmio SomosCoop - Excelência em Gestão RS. O objetivo foi destacar cooperativas gaúchas pela qualidade em gestão e governança em 2024. Ao todo, 11 foram premiadas.

Além da premiação, outras 27 cooperativas receberam certificados pela promoção do desenvolvimento sustentável e entrega de valor para a sociedade e cooperados.

De acordo com dados do Expressão do Cooperativismo Gaúcho de 2024, do Sistema Ocergs, o Estado conta com 370 cooperativas, com mais de 3,8 milhões cooperados. _

Um guia para entender a eleição nos EUA

A menos de uma semana da eleição, que ocorrerá em 5 de novembro, a coluna reúne alguns termos utilizados com frequência durante a disputa americana. Acompanhe.

Veja o glossário

Battlegrounds

São os chamados "campos de batalha" da eleição, ou seja, os Estados decisivos.

colégio eleitoral

Nos EUA, as eleições são indiretas. Quando o eleitor vai às urnas, vota nos delegados que integrarão o Colégio Eleitoral. Trata-se de um grupo que emite seus votos para o candidato ganhador em cada Estado americano. Também chamados de "grandes eleitores", eles somam 538. Cada um dos 50 Estados dispõe de uma determinada quantidade de delegados, de acordo com o número de habitantes. Quanto mais populoso, maior será o seu número de representantes. Para ser eleito presidente, são necessários no mínimo 270 delegados.

delegados

São representantes que votam seguindo a vontade dos eleitores de cada Estado e que, ao final da eleição, irão compor o Colégio Eleitoral. Em cada Estado, os partidos se reúnem em convenções ou comitês para escolher os potenciais delegados. Pela lei, qualquer pessoa pode ser um, inclusive sem filiação partidária. Mas, geralmente, são indivíduos politicamente engajados.

EXIT POLL

É a pesquisa de boca de urna, feita na saída da votação.

MAGA

São as iniciais do slogan de Donald Trump, "Make America Great Again!"

swing state

São Estados nos quais, a cada eleição, varia o vencedor - ora é democrata, ora republicano. Não há uma fidelidade por parte do eleitor. Também são chamados de Estados-pêndulos. Há mais ou menos um padrão de comportamento dos eleitores nos EUA: sabe-se, por exemplo, que na Califórnia os democratas costumam ganhar, assim como os republicanos no Texas. Mas há uns seis ou sete locais em que há variação. Por isso, eles costumam ser os decisivos da eleição. Neste ano, irão definir o pleito: Michigan, Pensilvânia, Wisconsin, Geórgia, Carolina do Norte, Arizona e Nevada.

Too close to call

É quando as projeções das emissoras de TV americanas indicam percentuais muito próximos entre um candidato e outro, que fica difícil prever quem vai ganhar. Algo como "perto demais para anunciar" (um vencedor).

WASP

É o acrônimo, em inglês, de "branco" ("white"), "anglo-saxão" ("anglo-saxon") e "protestante" ("protestant"). Normalmente, usado de forma pejorativa para designar um grupo relativamente homogêneo de indivíduos que detêm poder econômico, político e social.

Winner takes all

Em português, o "vencedor leva tudo". Na apuração, 48 dos 50 Estados adotam essa lógica. Exemplo: o candidato que receber a maioria dos votos na Califórnia leva para o Colégio Eleitoral todos os 54 delegados. O mesmo vale para os demais. As exceções a essa metodologia são os Estados do Maine e de Nebraska. Esses distribuem os votos entre os candidatos de acordo com a proporção recebida por cada um.

Urnas e votos queimados nos EUA

Urnas para votação antecipada nas eleições dos EUA foram incendiadas nos Estados de Oregon e Washington. Centenas de cédulas, que já estariam depositadas nas caixas de coleta, podem ter sido danificadas. O FBI e as polícias locais investigam o caso. Câmeras de vigilância flagraram um veículo junto a uma caixa em Portland, Oregon, pouco antes do incêndio. _

Plataforma de enfrentamento

O governo do RS lançará na COP29, no Azerbaijão, uma plataforma que irá mapear e monitorar as ações de enfrentamento às mudanças climáticas nos municípios gaúchos.

A iniciativa é da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura. O investimento é de R$ 2 milhões por parte do governo, somados a R$ 125 mil de financiamento internacional. _

A Renner também estará na COP29. A empresa participa de dois painéis: o primeiro sobre sustentabilidade e tendências ESG na moda e o outro sobre a aceleração da implementação da agenda 2030.

INFORME ESPECIAL

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