sexta-feira, 12 de maio de 2023


12 DE MAIO DE 2023
BANCOS

Banrisul lucra R$ 213 milhões

O Banrisul fechou o primeiro trimestre do ano com lucro líquido de R$ 213 milhões, alta de 29,8% em relação a igual período de 2022. Frente ao quarto trimestre, o ganho caiu 15,2%.

De acordo com o release do resultado, o crescimento anual reflete, principalmente, o avanço na margem financeira, expansão na carteira de crédito e o aumento das receitas de prestação de serviços e tarifas bancárias. Frente ao quarto trimestre, o lucro foi impactado pela redução da margem financeira em base trimestral e menor fluxo de receitas de prestação de serviços, além de maior fluxo das despesas com provisões trabalhistas, fiscais e cíveis, e consequente efeito tributário e PPR.

O retorno sobre o patrimônio anualizado subiu para 9%, em comparação aos 7,3% no primeiro trimestre de 2022, mas caiu frente aos 10,9% do quarto trimestre.

Petrobras tem ganho de R$ 38,1 bi

A Petrobras fechou o primeiro trimestre deste ano com lucro líquido de R$ 38,1 bilhões, 14,4% a menos do que há um ano, e 12% menor do que o registrado no trimestre imediatamente anterior, segundo informou a companhia à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), ontem. A receita de vendas caiu 1,8%, para R$ 139 bilhões, frente ao primeiro trimestre de 2022.

O Ebitda (mede a capacidade de geração de caixa), teve queda de 6,7% ante primeiro trimestre de 2022, para R$ 72,5 bilhões. A dívida líquida caiu para US$ 37,5 bilhões. A dívida bruta alcançou US$ 53,3 bilhões, o menor nível desde 2010.

A companhia avaliou que "o atual nível do endividamento bruto, a elevada geração de caixa e a sólida liquidez" permitiram aprovar distribuição de proventos aos acionistas de R$ 1,89 por ação ordinária e preferencial. O montante equivale a R$ 24,7 bilhões.

O rendimento médio real mensal nos domicílios gaúchos per capita subiu 6,27% em 2022 e encerrou o ano na faixa de R$ 2.033. O resultado acompanha a movimentação verificada no país (cuja alta foi de 6,8%, batendo em R$ 1.586) e determinou a redução do principal termômetro da desigualdade - o chamado índice de Gini - aos menores patamares da série histórica, medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) Rendimento de todas as fontes, divulgados ontem, apontam que esse indicador ficou em 0,439 no Estado e em 0,486 no Brasil. Em ambos os casos, trata-se do mais baixo nível desde 2012.

O desempenho é fruto de efeitos associados aos programas de transferência de renda emergenciais (caso dos auxílios Emergencial e Brasil) e chega na esteira do período em que foi registrado o recorde de empobrecimento dos brasileiros, ou seja, em 2021, o segundo ano da pandemia mundial por covid-19.

O coordenador do PUCRS Data Social, André Salata, lembra que no mesmo ritmo em que as liberações de recursos dos programas sociais federais chegaram aos lares brasileiros, ocorria o aquecimento do mercado de trabalho. Os reflexos, argumenta, foram melhorias concentradas, sobretudo, nas faixas populacionais com as piores remunerações.

No Estado, por exemplo, na metade mais pobre da população, o rendimento cresceu 6,5%, para R$ 808. O valor fica R$ 271 acima da média nacional, de R$ 537, que, por outro lado, apresentou variação mais consistente de 18% - era de R$ 455, em 2021.

Na camada dos 5% da população com rendas inferiores, no RS o aumento foi de R$ 28, ou 18,6%, de R$ 150 para R$ 178. No país, em igual faixa, chegou a 102%, com R$ 44 de incremento na comparação entre os R$ 43 mensais médios, de 2021, e os R$ 87 no encerramento de 2022.

- É essa concentração nas menores camadas salariais, abastecidas pelos programas emergenciais da pandemia que faz com que se reduza um pouco a desigualdade. Essa queda era esperada pelo contexto, pois a desigualdade já vinha caindo desde 2021, por isso, a tendência seria de que 2022 fosse melhor - pontua Salata.

Nos domicílios com rendimentos médios reais mensais mais altos do país (mas que sequer superam o valor de um salário-mínimo, de R$ 1.320), a camada dos 90% com melhores ganhos avançou em R$ 101, de R$ 945 para R$ 1.046, após variação de 10,68%. No Estado, foi de R$ 76, elevação de 5,6%.

Salata acrescenta que, embora tenham perdido em volume, em 2022, as coberturas oferecidas pelos programas de transferência - nesse caso, o Auxílio Brasil - avançaram quando comparados com o Auxílio Emergencial, de 2021. Segundo ele, o valor de R$ 600 oferecido aos beneficiários, ao longo do ano passado, também ajuda a explicar a redução da desigualdade.

Coordenador da Pnad Contínua no Estado, Walter Rodrigues chama a atenção para a escalada dos lares incluídos na categoria "outros programas", que considera as transferências criadas na pandemia. O Estado, que tinha só 0,4% das residências nessa condição, em 2019, chegou a 16,5%, em 2020, e em 8,7%, em 2021. No ano passado, encerrou em 1%. Com base nessa percepção, diz, a manutenção de cenários depende menos de programas sociais e mais do aquecimento do mercado de trabalho, da atividade econômica e da capacidade de controle da inflação.

RAFAEL VIGNA

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