terça-feira, 23 de maio de 2023


Para que serve a emergência sanitária da influenza aviária Safra de prêmios

Portaria do Ministério da Agricultura publicada ontem, em edição extraordinária do Diário Oficial da União, traz uma medida que havia sido sinalizada tão logo os primeiros casos de influenza aviária no Brasil foram confirmados.

O estado de emergência zoosanitária, válido por 180 dias, tem como principal objetivo autorizar medidas excepcionais e agilizar processos necessários à prevenção da doença.

O documento traz ainda a prorrogação, por tempo indeterminado, do que havia sido determinado em outra normativa, de março deste ano, com ações preventivas, como a que proíbe exposições, torneios, feiras e demais eventos com aglomeração de aves.

Com mais dois registros confirmados no final de semana, o país somava, até ontem, oito diagnósticos de influenza aviária de alta patogenicidade, todos em aves silvestres - sete no Espírito Santo e um, no Rio de Janeiro. Para evitar confusões, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) emitiu nota de esclarecimento sobre a portaria de agora.

No documento, a entidade reforça que "essa é uma medida já prevista e amplamente discutida pelo Ministério com o setor produtivo, cujo único propósito é a desburocratização de processos para ganhar maior agilidade nas ações de monitoramento e eventuais necessidades de ações de mitigação". E que, na prática, a condição permite respostas mais rápidas, seja na integração com órgãos estaduais, seja na liberação de recursos, entre outras iniciativas. Por fim, destaca que não há mudanças no status brasileiro de livre da enfermidade perante a Organização Mundial de Saúde Animal (Omsa) já que não existe "qualquer registro da enfermidade na produção comercial".

Esse é o principal ponto de atenção das autoridades sanitárias e da indústria: manter os plantéis comerciais longe do vírus, em razão do potencial de estragos que pode trazer à saúde dos animais e aos embarques brasileiros da proteína. O país é hoje o maior exportador mundial de frango. A produção está concentrada nos três Estados do Sul. Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná respondem por cerca de 80% das exportações nacionais.

Com a colheita de azeitonas praticamente encerrada no Estado, agora é a temporada de prêmios que marca a safra de azeite de oliva gaúcho. Em apenas dois dos concursos internacionais recentemente realizados, um no Japão e outro na Grécia, o Rio Grande do Sul emplacou 33 medalhas, entre dupla de ouro, ouro e prata.

De Encruzilhada do Sul, no Vale do Rio Pardo, o produto da Casa Marchio foi um deles:

- O nosso koroneiki (variedade de azeitona) na terra do koroneiki, que é a Grécia, fez bonito - comemorou Paulo Marchioretto, proprietário da marca, que ganhou o Melhor Koroneiki do Mundo 2023 na Athena International Olive Oil Competition.

Quem também saboreia conquistas com a safra atual é a Estância das Oliveiras (foto), de Viamão. Há apenas quatro anos produzindo azeite de oliva para venda, levou para casa 12 medalhas nessas duas competições - metade em Atenas e metade na Olive Japan.

- Parece inacreditável, mas é isso mesmo. Quando plantei azeitona, há 19 anos, pensava em produzir um azeite honesto, não um azeite multipremiado - afirma o fundador do negócio, Lucídio Goelzer.

Para ele, o "segredo" de todo esse sucesso se deve a pelo menos dois fatores: o cuidado diferenciado das 5,3 mil oliveiras e da produção dos 8,5 mil litros de azeite, além da condição climática.

- Como a oliveira é uma árvore típica do mediterrâneo, onde o clima seco é comum, a estiagem não afetou o olival. Irrigamos a área e, no fim das contas, o clima seco gerou picância e amargor no produto final - detalha Goelzer. Com esse início de temporada promissor, a marca projeta triplicar as conquistas neste ano.

Será realizado hoje o seminário Agropecuária e os Gases de Efeito Estufa: Vilã ou Solução? O evento, promovido pela Federação da Agricultura do Estado (Farsul), tem a participação de especialistas e ocorre em formato híbrido. A versão presencial será no auditório da entidade, na Capital, mas também será possível acompanhar pelo canal do YouTube, a partir das 8h.

US$ 260 milhões

é o valor projetado em negócios pela ABPA para empresas brasileiras de carne de aves e suínos após a participação no SIAL China, um dos mais importantes eventos de alimentos da Ásia.

GISELE LOEBLEIN 

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