04 de Outubro de 2024
ACERTO DE CONTAS - Giane Guerra
As obras do Parque do Caracol
Após o descontentamento do setor turístico com o fechamento do Parque do Caracol, em Canela, de outubro a março para obras, o Grupo Iter detalhou os motivos da decisão. A diretora do parque, Sandra Ferraz, e o diretor de Relações Institucionais da concessionária, Paulo Gontijo, responderam às ponderações, como a necessidade de fechamento total. Disseram que não há a possibilidade de suspensão parcial porque o ponto com vista da cascata, por exemplo, ficará interditado para instalação do mirante de 800 metros que substituirá o atual, de 40 metros.
- Ficará inviável a experiência do visitante com tapume. É claro que gostaríamos de não fechar, mas foi um "quebra-cabeça" - enfatiza Sandra.
A segurança foi um ponto abordado por Gontijo, devido ao maquinário pesado da obra. Retirá-los seria inviável, argumentaram os executivos, para responder à comunidade, sobre uma reabertura temporária no auge do Natal Luz. É o período de maior movimento do ano em Gramado e Canela, o que gerou preocupação, especialmente, do presidente do Sindicato dos Hotéis, Bares e Restaurantes da Serra Gaúcha (SindTur), Cláudio Souza.
A coluna questionou por que não escolher outra época, então, que não colidisse com o Natal Luz. Sandra e Gontijo contaram que a enchente de maio atrasou o estudo da obra. Ainda assim, resolveram mantê-la neste ano para fazê-la em um período seco, entre duas épocas de chuvas, e porque acham que o movimento de turistas ainda seguirá impactado nesta temporada, mesmo com a reabertura do aeroporto de Porto Alegre.
- Se adiássemos, perderíamos uma "janela de oportunidade". Voltaremos com pleno potencial para a Páscoa - disse Gontijo.
O investimento será de R$ 32 milhões, conforme antecipou a coluna, incluindo um salto de pêndulo em queda livre de cem metros, renovação do mirante, uma nova trilha e reforma de churrasqueiras. O CEO do Grupo Iter, Sandro Fernandes, diz que, em cinco anos, o aporte será de R$ 100 milhões. A concessão estadual previa investimento de apenas R$ 20 milhões. Até agora, foram R$ 8 milhões. _
Alta dos imóveis
Entre os bairros mais representativos na pesquisa da Fipe, a alta é forte naqueles mais caros e que não foram alagados. Por outro lado, vê-se queda nos preços do bairro Praia de Belas, que foi severamente atingido pela cheia em maio, inclusive voltando a alagar após a água já ter baixado. _
Variação em 12 meses
Geral, +6,33%, a R$ 6.969
Rio Branco, 21,6%, a R$ 10.231
Bela Vista, 11%, a R$ 9.917
Mont?Serrat, 8,2%, a R$ 9.910
Moinhos de Vento, 3,9%, a R$ 9.628
Petrópolis, 10,1%, a R$ 9.331
Praia de Belas, -0,5%, a R$ 8.425
Mudou de endereço
- Antes mesmo de entrar na loja (do Boulevard), já pensei em fechar. Nos disseram que a água chegou a 1m80cm. O espaço foi recuperado, é bonito, mas não rendia há algum tempo - diz o dono Mark Bandeira, que tem lojas ainda nos bairros Auxiliadora, Tristeza e Cidade Baixa. _
Fechado há 22 anos, antigo hospital espera novo projeto
Quando a coluna noticiou o empreendimento Porto Capital, em 2021, era previsto aporte de R$ 125 milhões, revitalizando o prédio histórico e erguendo outro com 415 apartamentos. Construtora R. Correa lembra que, depois, foi aprovado o plano diretor do 4º Distrito, que permite edificações mais altas. Não foram dados detalhes da nova proposta. _
Doações
Trazidos da Serra, 284 balcões serão doados a empresas que ficaram inundadas no 4º Distrito. A iniciativa é do presidente da Federação Varejista do RS, Ivonei Pioner, que arrecadou verba com entidades de lojistas de outros Estados e comprou as peças a preço de custo das indústrias Telasul e Móveis Sandrin. Os itens foram entregues à Associação dos Empresários do 4º Distrito Vítimas da Enchente, que tem 1,5 mil associados.
Uma nova ideia para o terreno do "antigo Concórdia"
Após alterações, o projeto imobiliário previsto para o local do "antigo Concórdia", na Avenida Coronel Lucas de Oliveira, bairro Bela Vista, em Porto Alegre, busca novas licenças. O anterior obteve as autorizações no final de 2020, quando previa um centro comercial de R$ 90 milhões. Em 2021, até chegaram a ser feitos testes de solo, lembra Éderson Wasem, vice-presidente de comunicação da Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB), que é dona do terreno. O diretor da Goldsztein Patrimonial -parceira do projeto -, Cláudio Goldsztein, diz estar mantida a ideia de um centro comercial, mas será menor.
- A pandemia fez o preço do insumo disparar, o que mexeu muito na viabilidade do empreendimento como estava previsto. Então, resolvemos esperar e, agora, estamos encaminhando as mudanças e melhorias, até para integrar melhor com os prédios históricos - acrescenta Goldsztein.
Já com a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus), o novo projeto prevê três torres residenciais e uma de comércio, somando 48 mil m2. _
O Grupo Iter marcou para hoje uma reunião com o SindTur, que disse à coluna que solicitará que o parque não feche no Natal Luz. "Afeta até a autoestima da cidade, é preciso entender nossa matriz econômica", disse o presidente Cláudio Souza.
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