segunda-feira, 7 de outubro de 2024



07 de Outubro de 2024
INFORME -Rodrigo Lopes

No 7/10, a solidariedade

A porto-alegrense Geruza Schneider mostra orgulhosa no celular o logo que diz: "Bairro Beeri - sejam bem-vindos. Beeri-Hatzerim, comunidades vizinhas". A ilustração mostra casinhas em ambos os lados ligadas pelo abraço de moradores, com o sol ao fundo.

Moradora do kibutz Hatzerim, a 30 quilômetros da barreira da Faixa de Gaza, a designer gaúcha produziu a marca que une, pela solidariedade, uma das maiores comunidades agrícolas de Israel em apoio à reconstrução das vidas dos sobreviventes de um dos kibutz devastados pelo massacre terrorista de 7 de outubro de 2023. Hoje, completa-se um ano dos ataques.

Beeri se tornou símbolo da desgraça: 100 dos seus 1,1 mil residentes foram mortos e outros 30 sequestrados pelo Hamas.

No Hatzerim, localizado em Beersheba, a principal cidade do sul do país, moram cerca de mil pessoas, 40 delas brasileiras. Os limites do kibutz foram ampliados para a construção de casas temporárias. Ali, cerca de cem famílias de Beeri receberam do governo novas residências e o carinho dos moradores do Hatzerim.

- Esse trabalho foi feito para que o pessoal se sinta bem acolhido - conta Geruza, emocionada.

Quando estive ali, em outubro do ano passado, dias depois dos ataques, Geruza e o marido, o também gaúcho Leon Chrempach, disseram que os moradores de Beeri, de certa forma, protegeram com seus corpos o avanço terrorista sobre Israel. Não fosse isso, talvez o Hamas tivesse chegado a Hatzerim. Agora, eles retribuem o feito com carinho. Cerca de 300 pessoas já se mudaram. O número chegará a 700. Todas as casas contarão com um quarto seguro: um dos cômodos transformado em bunker.

Já tem até grama. Aqui era deserto, não tinha nada, esgoto, eletricidade, internet. Construíram tudo em 10 meses - conta Leon.

Agora, crianças estudam na mesma escola, e famílias compartilham refeições.

São duas comunidades que estão começando a viver juntas. _

Uma floresta de memórias

Uma das imagens mais dramáticas do horror do 7 de outubro de 2023 em Israel foi de jovens correndo desesperados, quando os terroristas do Hamas invadiram uma festa de música eletrônica.

Um ano depois, a área da festa tornou-se um grande memorial: fotografias de cada uma das vítimas em torno do local onde ficava o palco dão a sensação de que os jovens ainda estão ali.

Visitei o espaço, próximo ao kibutz de Re?im. Além de todo o ambiente reflexivo do lugar, um dos pontos que me chamaram a atenção era, ao fundo, o estrondo dos canhões da artilharia israelense a ecoar de Gaza. _

Entrevista - Maya Roman - Familiar de reféns sequestrados pelo Hamas

"Estamos presos entre nosso governo e Hamas"

Carmel Gat estava visitando os pais em 7 de outubro no kibutz de Beeri, quando o ataque do Hamas ocorreu. Sua mãe, Kinneret, foi morta. Carmel foi levada cativa, assim como seu irmão, Alon, a cunhada Yarden Roman-Gat e a sobrinha, Geffen. Maya Roman, prima de Yarden e cunhada de Carmel, recebeu a coluna.

INFORME

Nenhum comentário:

Postar um comentário