segunda-feira, 15 de junho de 2020


15 DE JUNHO DE 2020
ARTIGOS

LIBERDADE DE EXPRESSÃO DENTRO DA POLÍTICA

Quando você conversa com alguém sobre determinado assunto polêmico, certamente há conflito de ideias. Isso não quer dizer que você tenha razão e o seu interlocutor não. A divergência é natural. Faz parte.

O fato é que, primeiro, devemos saber ouvir. Depois, discordar hoje não impede de convergir amanhã. Se prevalecerem rusgas desse processo todo, a ponto de desfazer uma amizade, ou partir para a agressão física, ou mesmo desqualificar quem nos critica, daí penso que não estaremos prontos para suportar uma liberdade de expressão na sua plenitude, democraticamente aceita.

A relação na política não é diferente. Ter votado num candidato não quer dizer que você concorde com tudo, muito menos que seja conivente com seu comportamento durante a gestão. O contraditório faz parte, como dito, e faz bem. A democracia, como o pilar essencial para a construção de uma sociedade com menos desigualdades, atinge seu crescimento e sua maturidade com o dissenso. É o que ocorre num partido político: tolerar para avançar; divergir para crescer.

Quem pensa diferente não é meu inimigo. Precisamos, sim, restabelecer a ordem e o progresso. Mas não é com agressão, não é reduzindo o significado das instituições, nem mesmo legitimando manifestações que mascaram duvidosos interesses por trás. É com diálogo e moderação. Viver em harmonia é saber ouvir e respeitar a opinião do outro. Não precisamos criar rótulos para identificar pessoas. Chamar de comunista todo aquele que se opõe às ideias do presidente Bolsonaro é o mesmo que chamar de fascista aquele que se opunha às ideias dos ex-presidentes Lula e Dilma. Uma ideologia cega, seja de que extremo for, não pode destruir bons frutos de um lado e de outro.

Em toda divergência há um ponto de consenso. O desafio é descobri-lo e, ainda mais, aceitá-lo.

Torço e trabalho para que o Brasil dê certo. Torço e trabalho para que vivamos em uma sociedade que não julgue fatos iguais com dois pesos e duas medidas; que também não se deixe ficar só na base do oito ou 80.

DANIEL TRZECIAK, DEPUTADO FEDERAL (PSDB-RS)

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