sábado, 18 de junho de 2022


18 DE JUNHO DE 2022
+ SAÚDE - 
Camile Cesa Stumpf (*) e Carlos Henrique Menke (**)

A NOVA MULHER DOS 50 ANOS

(*) Mastologista do Hospital Moinhos de Vento, mestre e doutora em Ginecologia pela UFRGS

(**) Professor de Ginecologia da UFRGS e ex-presidente da Academia Sul-Rio-Grandense de Medicina

A expectativa de vida aumentou nas últimas décadas, mudando a perspectiva de cuidados e levando as mulheres de 50 a 60 anos a buscarem uma juventude que, por vezes, vai contra a fisiologia normal do ser humano.

Nesse contexto, vemos a busca incessante por tratamentos dermatológicos, terapias antienvelhecimento, cirurgias plásticas e reposições hormonais milagrosas.

Coincidentemente a essa fase, temos o climatério, que representa a fase entre o final da vida reprodutiva e a senilidade, período que vai entre 40-65 anos, aproximadamente. É caracterizado, no início, pela diminuição da produção de estrogênio até a falência dos ovários como fonte de estrogênio e progesterona. A menopausa é um marco do climatério (última menstruação).

Inicialmente, as menstruações começam a ficar irregulares, podemos ter pausas de três a seis meses. Mulheres começam a apresentar um cansaço maior nas atividades diárias, ondas de calor, mais irritabilidade, insônia, menos libido, dor nas relações sexuais por secura vaginal e mamas mais pendulares pela perda do tecido mamário e substituição por gordura.

Cuidado com tratamentos que se dizem milagrosos!

Não existe mágica ou um tratamento inovador que nenhum outro médico descobriu ainda. Existe, sim, uma fase de transformação fisiológica da mulher e mudanças de estilo de vida ou reposição medicamentosa que podem ajudar. Nesse período, mais do que nunca, a paciente precisa "ser paciente".

Cuidado com a venda de tratamentos inovadores com hormônios "bioidênticos". O termo bioidêntico tem sido usado indevidamente como algo novo, ou algo mais natural. Na verdade, os hormônios produzidos pela indústria há anos são bioidênticos, são seguros e sofrem um rigoroso controle de qualidade. Assim também ocorre com a "modulação hormonal", que não tem respaldo científico, ético e legal.

Este artigo faz parte da parceria firmada entre ZH e a Academia Sul-Riograndense de Medicina (ASRM). A estreia foi em março, com a reportagem "Câncer: do diagnóstico ao tratamento". Uma vez por mês, até dezembro, o caderno vai publicar conteúdos produzidos por médicos integrantes da entidade, que completou 30 anos em 2020, conta com cerca de 90 membros e é presidida pelo otorrinolaringologista Luiz Lavinsky. De diversas especialidades - oncologia, psiquiatria, oftalmologia etc.

-, esses profissionais fazem parte do programa Novos Talentos da aSrm (coordenado pelo médico Rogério Sarmento Leite), no qual são acompanhados por um tutor com larga experiência na área.

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