segunda-feira, 20 de junho de 2022


20 DE JUNHO DE 2022
INOVAÇÃO

"O poder de concentração acaba aumentando"

Ainda não se consegue fazer ambiente imersivo da forma como as pessoas imaginam o metaverso, pois não existem dispositivos que consigam criar o ambiente em tempo real. É necessário muito poder computacional. As tecnologias vão sendo habilitadas e nós, aos poucos, vamos adotando. Ainda temos muita ciência para fazer nas tecnologias habilitadoras.

Bruno Zatt
Coordenador de pós-graduação em Computação da UFPel

Na Universidade Feevale, em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos, estudantes da disciplina de 3D Avançado, do curso de Jogos Digitais, projetam modelos de personagens. No final do semestre, são introduzidos na plataforma Sketchfab, na qual os alunos acessam com óculos de realidade virtual e se tornam os próprios modelos. Com o uso dos óculos, é possível estar com o personagem que o estudante criou "olhando para ele face a face", além de testar proporções corretas, como se existissem na vida real.

Aulas com experiências que envolvem realidade virtual também são desenvolvidas na Unisinos e em outras instituições. A ESPM POA, por exemplo, criou um laboratório focado em realidade virtual, com óculos e computadores gamers, para imersão dos alunos.

Já a Universidade de Passo Fundo (UPF) inaugurou, há quase dois anos, um Centro de Simulação Realística para atender os cursos na área da saúde. Uma das experiências de sucesso é o AnemiaAR, um jogo para o ensino de hematologia, desenvolvido por grupo interdisciplinar formado por alunos dos cursos de Medicina e da área de TI. Nele, universitários trabalham, especialmente, conceitos de anemia usando o HoloLens, óculos de realidade aumentada. A experiência possibilita interagir com os elementos do jogo por meio de gestos e comandos de voz. Uma versão para smartphones está sendo finalizada.

Na UFRGS, uma das experiências vem ocorrendo com o incentivo da professora do Instituto de Informática e diretora do Centro de Empreendimentos (CEI) Luciana Nedel, que pesquisa e trabalha com realidade virtual há 25 anos. Além de aula experimental no ano passado, na qual cada aluno pôde escolher o ambiente que gostaria de estar em aula - um, inclusive, preferiu estar à sombra de um coqueiro na praia enquanto estudava -, Luciana tem se reunido com alunos no ambiente do metaverso proporcionado de forma experimental pela empresa Meta. O próprio CEI já tem um espaço virtual em 3D - o visitante pode percorrê-lo como se estivesse no prédio.

- A imersão, que talvez seja a coisa mais importante quando se fala em metaverso, também faz ter toda a atenção para aquele momento. O poder de concentração acaba aumentando bastante, pois coloco os óculos e corto a comunicação com o mundo real - diz Luciana.

Mas ela cita a necessidade infraestrutura porque para rodar em 3D uma máquina precisa ter mais poder de processamento. Além disso, reforça que óculos especiais ainda têm preço elevado no Brasil. Modelos mais baratos saem por R$ 2,5 mil.

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