segunda-feira, 7 de outubro de 2024


07 de Outubro de 2024
ARTIGOS

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Educação que transforma: o novo capítulo do Campus Caldeira

A Semana Caldeira sempre foi um momento de celebração para o Instituto Caldeira, e a edição de 2024 teve um significado ainda maior: além de reinaugurar o primeiro andar do hub, estreamos o novo espaço físico do Campus Caldeira, lançamos o novo programa educacional para alunos da rede pública, o Futuros Possíveis - Summer Job, e também a disciplina de eletivas em ecossistemas de inovação para alunos de escolas privadas.

Desenvolvido em parceria com a Secretaria de Educação do RS, com a Embaixada Americana e o Consulado dos Estados Unidos em Porto Alegre, o Futuros Possíveis - Summer Job é inspirado em um programa de Nova York que capacita e emprega 100 mil jovens por ano. Os cem jovens selecionados para a primeira edição terão a oportunidade de desenvolver suas habilidades técnicas, praticar o inglês e também participar de uma vivência de trabalho real em empresas da Comunidade Caldeira.

Outro lançamento que anunciamos são as disciplinas eletivas para escolas privadas, algo inédito para o Caldeira: decidimos ampliar nosso alcance para atender a uma demanda que surgiu das próprias instituições. Cinco escolas vão participar da primeira edição, proporcionando aos alunos uma vivência de conexão com a realidade do mercado de inovação.

Esses programas se somam ao Geração Caldeira, que chega à terceira edição consolidado como o principal case de sucesso do Campus. Na edição deste ano, temos o orgulho de contar com alunos vindos de outros Estados, que se mudaram para Porto Alegre para participar. Ver esses jovens ingressando no mercado de trabalho local é uma confirmação de que estamos no caminho certo para consolidar o Rio Grande do Sul como um polo de talentos.

A Semana Caldeira é o momento em que celebramos conquistas e traçamos novas rotas para o futuro. E, neste ano, fazemos isso com uma visão clara do impacto que queremos causar, acreditando que a educação é, e sempre será, a chave para a transformação social e econômica que almejamos. _

Felipe Amaral - Diretor do Campus Caldeira

Contra a calamidade informacional

Trezentos corpos boiando em Canoas, retroescavadeiras destruindo doações, caminhões com donativos retidos em postos de fronteira - estes e outros absurdos circularam durante a inundação que atingiu o Rio Grande do Sul em maio, mobilizando mecanismos de verificação e combate a fake news. Mais do que um problema de comunicação, a calamidade informacional, que se agrava em momentos de comoção e crise, precisa ser vista como uma questão de gestão pública.

O termo infodemia caracteriza o estado de excesso e velocidade com que as informações circulam em espaços reduzidos de tempo e em meio a circunstâncias traumáticas. A palavra não é nova, começou a ser usada no início dos anos 2000. Em 2020, ganhou projeção internacional durante o caos instalado pela covid-19, quando foi aplicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) ao estágio de confusão informativa e administrativa que se instalou no planeta com a doença.

Ao tratar do tema, a OMS alertou para os efeitos agravantes da infodemia sobre realidades já naturalmente caóticas. Em primeiro lugar, porque dificulta que fontes idôneas e orientações confiáveis sejam localizadas por quem precisa. A desorientação também leva a população a sentir-se ainda mais ansiosa, deprimida e sobrecarregada, ampliando a exaustão emocional.

Um terceiro fator nocivo: a infodemia afeta o processo de tomada de decisão e análise de evidências, justamente quando se espera respostas rápidas e precisas de gestores públicos e privados. Foi o que aconteceu no Rio Grande do Sul. A desinformação aproveitou-se do cenário de desamparo e gerou ainda mais perturbação e desconfiança, interferindo na percepção a respeito do desastre e desafiando a credibilidade das ações e dos gestores.

Tornar-se mais resiliente a crises, portanto, também requer um plano público e articulado de combate à desinformação. Educação midiática, checagem própria de fatos e distorções, colaboração institucional com plataformas e agências de verificação, fomento ao jornalismo profissional, combate jurídico a excessos - todos os antídotos combinados para minimizar o impacto negativo. Maluquices continuarão a circular, mas a população precisa estar mais consciente, protegida e preparada para conviver com elas. 

Alexandre Elmi - Jornalista

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