ELEIÇÕES 2024
Nas capitais, 10 prefeitos são reeleitos no primeiro turno; seis ainda disputam
Houve definição da corrida eleitoral em 11 municípios, entre eles Rio de Janeiro, Salvador, Recife e Florianópolis. Em outras 15 cidades, fica para o próximo dia 27 de outubro, caso de Porto Alegre, São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba, Goiânia e Belém
Onze capitais já elegeram seus prefeitos ontem. Em outras 15, a decisão ficou para o segundo turno, a ser realizado no próximo dia 27. Em 2020, na última eleição, foram sete prefeitos escolhidos no primeiro turno. Na época, Palmas (TO) ainda não tinha 200 mil eleitores, número mínimo para ter duas etapas.
No início da disputa, havia 20 prefeitos que buscavam a reeleição. Dez deles conseguiram o objetivo ontem. Outros seis ainda seguem na tentativa. E quatro - Edmilson Rodrigues (Belém), Rogério Cruz (Goiânia), José Sarto (Fortaleza) e Dr. Pessoa (Teresina) - ficaram pelo caminho, não obtendo nem a segunda colocação.
Entre os que venceram ontem se destacam Eduardo Paes (PSD), no Rio de Janeiro, Bruno Reis (União Brasil), em Salvador, e João Campos (PSB), no Recife.
Fake news e agressões
Entre os que estão no segundo turno, São Paulo é um dos principais focos. Após uma campanha marcada por fake news e agressões, Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) conseguiram avançar (leia mais na página 20), ficando de fora o candidato Pablo Marçal (PRTB). Na véspera da eleição, Marçal chegou a divulgar um laudo médico em suas redes sociais, que se revelou falso, para acusar Boulos de ser usuário de cocaína. Boulos ingressou com ação na Justiça Eleitoral pedindo a inegibilidade do adversário.
Em Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB) ficou próximo dos 50%, mas não foi o suficiente para evitar nova ida dos eleitores às urnas no próximo dia 27, com confronto contra Maria do Rosário (PT). Outras capitais que terão segundo turno são Belo Horizonte, Fortaleza, Curitiba e Goiânia, por exemplo. Já entre os partidos, sai na frente o PSD, com três representantes eleitos ontem. Os escolhidos se dividem entre Rio de Janeiro, Florianópolis e São Luís.
Em seguida estão União Brasil, PL e MDB, com dois eleitos cada. No União, Salvador e Teresina. No PL, Rio Branco e Maceió. Pelo MDB, Macapá e Boa Vista. Completam o quadro Republicanos e PSB, com um cada - Vitória e Recife, respectivamente. _
Topázio Neto vence o pleito em Florianópolis
O prefeito de Florianópolis, Topázio Neto (PSD), foi reeleito ao cargo ontem, com 58,49% dos votos válidos.
Ele teve como principal cabo eleitoral o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), que apareceu ao seu lado em diversos atos de campanha.
Topázio Neto, 62 anos, é administrador e se tornou prefeito após a renúncia de Gean Loureiro, em 2022. Foi a segunda disputa eleitoral da qual ele participou. Topázio formou uma coligação com os partidos Republicanos, MDB, Podemos, PL, Novo e PSD.
Seu principal adversário foi Marquito (PSOL), que alcançou 22,23%, seguido por Pedrão (PP), com 7,10%.
O candidato do PT, Vanderlei Lela, fez apelos à polarização nacional reforçando seu vínculo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e acabou em quinto lugar nas pesquisas. À frente dele, na quarta colocação, ficou o ex-prefeito da cidade Dario Berger (PSDB).
Dois candidatos de direita avançam em Curitiba
Eduardo Pimentel (PSD) e Cristina Graeml (PMB) disputarão a prefeitura de Curitiba, capital do Paraná, no segundo turno das eleições deste ano. Os candidatos receberam, respectivamente, 33,51% e 31,17% dos votos válidos no pleito de ontem.
A candidatura de Cristina cresceu na reta final da campanha. Ela tem 54 anos e é jornalista formada pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Pimentel, vice-prefeito de Curitiba há dois mandatos, tem 39 anos e é formado em administração. Também já ocupou o cargo de secretário municipal de Obras Públicas. Ele é formalmente apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. O vice Paulo Martins é do PL e foi indicado em uma construção liderada pelo governador do Paraná Ratinho Junior (PSD).
Já Cristina buscou usar a imagem de Bolsonaro em sua propaganda e se autointitula como "a única candidata conservadora". Ela também embarcou em um movimento iniciado pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL), cobrando a falta de posicionamento da maior parte dos senadores do PSD sobre o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). E aproveitou a ascensão de Pablo Marçal (PRTB), em São Paulo, para angariar votos de eleitores conservadores. Esteve com ele em São Paulo, onde gravou um vídeo que compartilhou nas redes sociais.
No Nordeste, um pouco para cada campo político
Entre as maiores capitais da região Nordeste, uma foi para a esquerda, outra para a direita e uma terceira terá segundo turno.
Em Recife, João Campos (PSB) foi reeleito prefeito com 78,11% dos votos válidos. O segundo mais votado foi Gilson Machado, filiado ao Partido Liberal (PL), que recebeu 13,90% dos votos. O resultado, de vitória sem maiores dificuldades, é um indicativo de que a eleição municipal poderá server como norte do que pode aconteceu em 2026 em Pernambuco.
Em Salvador, outro candidato não enfrentou maiores percalços para ser reeleito. Bruno Reis (União Brasil) alcançou 78,67% dos votos válidos, com Ana Paula Matos (PDT) como vice e o apoio de 13 partidos em sua coligação. Reis atuou como assessor parlamentar, depois deputado estadual por duas legislaturas até ser eleito vice-prefeito de Salvador. Sucessor do então prefeito ACM Neto, ganhou a eleição para a prefeitura de Salvador em primeiro turno, em 2020, e repete o feito agora.
Já em Fortaleza, a disputa ficou para o segundo turno e indica uma polarização entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente Jair Bolsonaro. O deputado federal André Fernandes (PL) e o presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, Evandro Leitão (PT) obtiveram 40,20% e 34,33% dos votos válidos, respectivamente.
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