sexta-feira, 22 de dezembro de 2017



Notícia da edição impressa de 22/12/2017. 

Alterada em 21/12 às 16h00min 

A riqueza do Brasil 

Detalhe da capa do livro REPRODUÇÃO/JC Brasileiros têm clássicos sobre a história social, política e econômica do Brasil. Os donos do poder (Raymundo Faoro); Raízes do Brasil (Sérgio Buarque de Hollanda); Casa-Grande e Senzala (Gilberto Freyre);

O processo civilizatório (Darcy Ribeiro); História Econômica do Brasil (Caio Prado Junior); Formação Econômica do Brasil (Celso Furtado); Modelo Político Brasileiro (Fernando Henrique Cardoso); Formação da Literatura Brasileira (Antonio Candido) e Brasil: uma biografia (Lilia M. Schwarcz e Heloisa M. Starling) são alguns trabalhos sobre nosso continente, cheio de países. Não é fácil entender e explicar nosso País.

Esforço não tem faltado. História da riqueza no Brasil (Estação Brasil, 624 páginas), de Jorge Caldeira, doutor em Ciência Política e mestre em Sociologia pela USP, apresentações de Fernando Henrique Cardoso e Mary del Priore, é a obra que, pode-se dizer, nasceu clássica, por sua abrangência, forma e criatividade. Caldeira tem ampla experiência editorial e jornalística. Foi editor da Bravo!; editor executivo da revista Exame; editor do caderno Ilustrada e da Revista da Folha, do jornal Folha de S. Paulo; e autor de obras sobre Mauá; José Bonifácio; samba; futebol e histórias de brasileiros que fizeram história.

História da riqueza no Brasil - Cinco séculos de pessoas, costumes e governos traz visão diferente, da História, mudando o eixo de apreciação. Disse Celso Lafer: "a proposta de uma revolução copernicana na análise e interpretação da história do Brasil é a marca identificadora do novo livro de Jorge Caldeira. Valendo-se de novos dados, antes de difícil acesso, organizado, investiga a formação da riqueza em nosso País, desde a Colônia, para atribuir nova dimensão ao papel do mercado interno.

Correlaciona suas análises com instigantes avaliações da atuação de pessoas, costumes e governos, que se desdobram no correr dos tempos históricos da vida brasileira". Fernando Henrique Cardoso escreve: "O livro mostra o fracasso das tentativas de acelerar o crescimento econômico pela vontade política do Estado.

Os limites dessas tentativas são vistos, por exemplo, nas referências ao governo Geisel e às experiências mais recentes dos governos petistas". Em quatro partes (1500-1808; 1808-1889; 1889-1930 e 1930-2017), Caldeira mostra, apenas com as referências técnicas mais essenciais, como, ao longo dos anos, foi se dando o complexo balé entre governados e governantes na busca do bem comum, a riqueza maior.

Depois de ler os clássicos sobre o Brasil e sem perder-lhes o apreço, Caldeira ilumina zonas de sombra, como disse Mary del Priore e nos conta outras histórias e outra História.

lançamentos 

A arte e imaginação - Um estudo em filosofia da mente (É Realizações, 320 páginas, tradução de Luiz Paulo Rouanet), do britânico Roger Scruton trata, na primeira parte, de lógica filosófica; na segunda, fala de questões da filosofia da mente e na terceira lida com questões de filosofia da arte. Scruton mostra como a experiência estética pode ser considerada autônoma, ainda que ela esteja intimamente conectada com a experiência ordinária.

A memória é uma espécie de cravo ferrando a estranheza das coisas (Casa Verde, 88 páginas), mais novo livro do poeta Lau Siqueira, nascido em Jaguarão e radicado em João Pessoa, com apresentação da professora Cinara Ferreira, traz versos sobre a passagem do tempo, a incompletude humana e as contradições da vida atual. Exemplo: "Tapera/O tempo é uma casa/desabitada e esquecida/no meio da estrada/ Quem passou por ela/ e viu apenas uma/ casa, na verdade não/ viu nada".

Cantos de Leontina das Dores (Mecenas, 152 páginas), do poeta, publicitário, compositor, cronista e dramaturgo Luiz Coronel, livro impresso encadernado, acompanhado de CD gravado com Fafá de Belém e Orquestra Unisinos-Anchieta regida por Evandro Matté com arranjos de Alexandre Ostrovski Jr., traz dezenas de composições de Coronel, em parceria com Marco Aurélio Vasconcellos, Sérgio Rojas, Renato Teixeira e outros. São composições que marcaram a Califórnia da Canção Nativa de Uruguaiana. -

Jornal do Comércio (http://jcrs.uol.com.br/_conteudo/2017/12/colunas/livros/602589-a-riqueza-do-brasil.html)