sexta-feira, 15 de dezembro de 2017



Notícia da edição impressa de 15/12/2017. Alterada em 14/12 às 18h02min 

Você faz falta? 

Pense um pouquinho: se você não existisse, que falta faria? Para responder a essa perguntona, o conhecido e consagrado professor, filósofo e escritor Mario Sergio Cortella discute, especialmente em seu novo livro, o que é importante na vida. Viver em paz para morrer em paz - se você não existisse, que falta faria? (Planeta, 176 páginas) tem textos curtos, rápidos e filosóficos que muito ajudarão os leitores a viverem de modo mais feliz e pacífico. 

Cortella é, atualmente, um dos filósofos mais influentes do Brasil e, em mais de 30 livros e décadas de magistério, auxilia a utilizarmos a filosofia para nos conhecermos, vivermos melhor e entendermos o caos do cotidiano. Em entrevista dia 11 de dezembro último, para a DW Brasil, Cortella disse que as redes sociais favorecem, sim, o despontar de um palanque também para a imbecilidade e a idiotia, e que, antes disso, as universidades, muitas vezes, eram esse palanque, e que devemos ter cuidado com essa cultura do ódio. 

O escritor ressalta que o mais importante na vida não é ser famoso, acumular coisas e propriedades numa verdadeira obsessão consumista. O mais importante na vida é ser importante para alguém, fazer falta para alguém, fazer boas escolhas e viver com raízes ao invés de âncoras. Segundo Cortella, viver bem é dosar paixão com amor, amar os outros, a si e ao próprio amor. 

A importância de escrever, escrever para apaziguar nossos fantasmas, organizar os sentimentos, as emoções e as razões, as razões de existir, a ecologia, o sexo, o erotismo, a sociedade da exposição, a felicidade como vitalidade e outros tópicos estão na obra, acompanhados de citações de autores como Benjamin Disraeli, que afirma: "A vida é muito curta para ser pequena". 

O livro de Cortella nos convida a ter mais fraternidade, solidariedade e amorosidade, nos inspira a uma vida sem desperdícios de convívio, sem superficialidade, dando mais importância ao ser do que ao ter e, enfim, uma vida que, quando infelizmente acabar, não se acabe em vista das coisas boas que deixaremos para a família e os amigos. Felicidade contínua não existe. Viver em paz não é viver sem problemas, mas sim viver com amor, lealdade, amizade, procurando não apequenar a própria existência ou a dos outros com cultivo de desertos, falta de bons propósitos e infertilidades várias. 

lançamentos 

Deixada para trás (Faro Editorial, 366 páginas, tradução de Carlos Szlak), romance do norte-americano Charlie Donlea, autor do best-seller A garota do lago, lançado no Brasil pela Faro Editorial, mostra porque ele é considerado uma das novas vozes do suspense. Duas garotas são sequestradas, uma foge do cativeiro e a outra segue desaparecida. Uma especialista em medicina legal, irmã da desaparecida, vai investigar. 

O terror, às vezes, está onde o procuramos. Por uma reforma política consistente (Edição do autor, 150 páginas), de Adão Dornelles Faraco, jornalista, professor universitário, ex-prefeito de Alegrete e ex-secretário do RS, fala, com fundamento, paixão e brilho, da importância do voto popular, da adoção de um federalismo correto, com desconcentração fiscal e maior autonomia dos estados, de sistema parlamentarista, voto distrital, fidelidade partidária e partidos com definições ideológicas. Está certo Adão Faraco. 

Bosque da solidão (Scriptum Produções Culturais, 250 páginas) é o novo romance do consagrado médico e escritor Nilson Luiz May, autor de Céus de Pindorama (romance) e Última chamada (contos), entre outros. A narrativa, densa, trata da vida instável e atribulada da jovem protagonista, por seu relato, pelo olhar do filho e de um terceiro personagem, 20 anos depois de acontecimentos marcantes da infância. - 

Jornal do Comércio (http://jcrs.uol.com.br/_conteudo/2017/12/colunas/livros/601329-voce-faz-falta.html)