quarta-feira, 22 de novembro de 2023


22 DE NOVEMBRO DE 2023
ARTIGOS

O IMPACTO DA LONGEVIDADE NO PLANEJAMENTO FAMILIAR

Antes de Helena nascer, quando ela ainda não preenchia fisicamente espaço na nossa casa e povoava apenas nossa imaginação, minha esposa e eu já nos preocupávamos com seu futuro. Além de garantir que ela se desenvolvesse em um ambiente saudável, sabíamos que precisaríamos garantir sua autonomia financeira na pós-adolescência. E quando ela nasceu, há um ano, optamos por investir mensalmente R$ 400 numa modalidade de previdência privada.

Helena ainda não sabe, mas a realidade brasileira exige uma caminhada mais prolongada até a aposentadoria, ao passo que a previdência oficial está cada vez menos vantajosa. Tampouco tem conhecimento de que o Brasil está envelhecendo muito mais rápido. Se nos anos 1990 o maior grupo populacional era de crianças com até 14 anos, hoje há mais gente na casa dos 35 aos 44 anos. 

No Rio Grande do Sul, em 2010, a cada 43 idosos, havia cem jovens de até 14 anos. Agora, são 75 idosos para cada cem jovens. Talvez, inclusive, Helena passe dos cem anos tranquilamente, já que os estudos mostram que as crianças da sua geração chegarão a viver mais de um século.

Por isso, é essencial que os jovens busquem alternativas para enfrentar o futuro com mais qualidade de vida. Se Helena mantiver o aporte de R$ 400 quando estiver trabalhando, aos 50 anos já terá acumulado R$ 3,9 milhões. Aos 60, R$ 9,3 milhões, podendo transformar isso numa renda mensal. Claro que ela não precisará esperar tanto. 

A qualquer momento, seja para estudos, viagens ou emergências financeiras, poderá resgatar esse dinheiro. Só quero que ela tenha consciência de que se preparar para o futuro desde cedo garante menor esforço lá na frente. Que saiba que o planejamento familiar, entre tantas outras questões, envolve a discussão de planos previdenciários, ainda mais relevantes em um cenário de maior envelhecimento e pressão sobre os sistemas assistenciais.

O Censo 2022 nos mostrou uma realidade para a qual devemos agir - e agora. Construir uma base sólida que nos sustente ao chegar à velhice.

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