terça-feira, 13 de maio de 2025


13 de Maio de 2025
INFORME ESPECIAL - Rodrigo Lopes

Lula reduz a democracia ao falar de revolução comunista

Não vou dizer que é fácil. Por isso, em se tratando de relações internacionais, quem deve estar à mesa são os profissionais, o competente corpo diplomático brasileiro. Quando o presidente-em-chefe da nação decide viajar à Rússia e à China, é importante ter noção de que não é simples, sobretudo nesta esquina da História, buscar um equilíbrio, ainda que distante.

Neste momento em que as placas tectônicas da hegemonia da ordem global se deslocam, voar para Moscou ou Pequim, em se tratando de Brasil é algo de muito risco. No primeiro caso porque o presidente brasileiro incorria - e acabou concretizando isso - no risco de se aliar a um pária internacional, um tirano que invadiu um país soberano, a Ucrânia. 

No segundo, porque, em nome da economia e de certa parceria ideológica - a China é o principal destino das exportações brasileiras -, Lula relativiza, mais uma vez a democracia. Faz isso ao comparar suas vitórias eleitorais no Brasil à revolução comunista de 1949, no discurso de encerramento do Fórum Empresarial Brasil-China, em Pequim, ontem. O presidente afirmou que seu governo e o partido comunista chinês foram responsáveis por melhorar a qualidade de vida de seus povos.

Guerra civil

Ora, mas a que preço? Lula foi eleito democraticamente em todos os pleitos. O PCCh tomou o poder após uma guerra civil e, desde o final dos anos 1940 do século 20, vem empreendendo um chamado "capitalismo de Estado", que é nada mais nada menos do que um regime que segue as regras do modelo econômico global, mas que não acompanha os preceitos da democracia liberal: alternância de poder, pesos e contrapesos, liberdade de imprensa e de expressão e garantias de direitos individuais e políticos. Ao se igualar a Xi, Lula diminui nossa democracia.

Além disso, é infeliz o termo utilizado por Lula, ao dizer que a parceria entre Brasil e China é "indestrutível". A expressão foi usada por Xi Jinping e Vladimir Putin para se referir a sua aliança dias antes da invasão russa da Ucrânia.

Manter o pragmatismo nesses tempos não é fácil. Mas é talvez a maior prova de profissionalismo que o Itamaraty precisa dar - e, infelizmente, nessa jornada, não será possível contar com o presidente. _

O papa Leão XIV é membro da Ordem de Santo Agostinho e se tornou o primeiro Pontífice a representar o grupo. Desde o início, é evidente o apreço do novo líder da Igreja Católica pelo santo e pela sua Ordem, o que deve ainda se mostrar mais aparente.

No primeiro discurso na sacada da Basílica de São Pedro, na quinta-feira, ele afirmou:

- Sou um filho de Santo Agostinho, sou agostiniano. Com vocês, sou cristão, e por vocês, bispo.

Ainda no sábado, o Vaticano divulgou a foto oficial, o brasão e o lema escolhido por ele para o seu pontificado: In Illo uno unum - que, em tradução, significa "Em um só, nós somos um". Essas palavras são de um sermão de Santo Agostinho, intitulado Exposição sobre o Salmo 127, que afirma: "Embora nós cristãos sejamos muitos, no único Cristo somos um".

Há também um terceiro símbolo que remete a Santo Agostinho. O brasão, que é a marca de um papa, apresenta uma imagem associada à Ordem: na parte inferior, aparece um livro fechado com um coração transpassado por uma flecha.

Esta imagem faz referência à experiência de conversão de Santo Agostinho. O religioso expressou isso com as palavras: "Vulnerasti cor meum verbo tuo", que em tradução significa "Feriste meu coração com a tua Palavra", fazendo referência aos ensinamentos bíblicos. _

Frente Parlamentar Brasil-Israel

A Assembleia Legislativa lançou, ontem, a Frente Parlamentar Brasil-Israel. A cerimônia contou com a palestra "Democracia sob ataque: o contexto geopolítico do Oriente Médio", ministrada pelo cônsul de Israel, Rafael Erdreich.

A iniciativa de criação da Frente Parlamentar foi do deputado estadual Felipe Camozzato (NOVO).

O objetivo é estreitar e fortalecer os laços entre Brasil e Israel, promovendo discussões sobre temas como democracia e liberdade, além de ampliar as relações internacionais por meio da troca de experiências e soluções, principalmente nas áreas de inovação, segurança, educação e agricultura.

Ao todo, 21 deputados estaduais apoiaram a criação do grupo. O evento contou com a participação da presidente da Federação Israelita do Rio Grande do Sul (FIRS), Daniela Russowsky Raad.

Em março, a Câmara de Vereadores de Porto Alegre também oficializou a instalação da Frente Parlamentar Brasil- Israel em âmbito municipal. _

O deputado estadual Leonel Radde (PT) fará hoje palestra sobre o combate ao fascismo em evento na Universidade Federal da Bahia (UFBA), em Salvador. A palestra também abordará reflexões sobre segurança pública e democracia.

Monte Castello e o Brasil

Por ocasião do 8 de maio, em que é celebrada a vitória dos Aliados na Europa na Segunda Guerra Mundial, em 1945, a coluna lembra a participação de Arthur Toledo, um dos sete irmãos da mãe da rainha Silvia, da Suécia (brasileira, nascida na Alemanha).

Como médico concursado do Exército, ele participou da Força Expedicionária Brasileira (FEB), na Itália, e foi condecorado no mais alto nível por tal feito. Integrou a equipe médica durante toda a Batalha de Monte Castello até sua tomada pelas tropas brasileiras em 21 de fevereiro de 1945. A lembrança é da embaixadora aposentada Leda Lucia Camargo, autora do excelente livro Os Diplomatas e suas Histórias (Editora Francisco Alves). _

Evento debaterá inovação e Direito

Porto Alegre receberá em 22 de maio os principais especialistas nacionais e internacionais em inovação para o setor jurídico. O evento Doc9 Summit 2025 ocorrerá no BarraShoppingSul com programação gratuita sobre a transformação do Direito pela tecnologia.

Entre os temas em debate estarão inteligência artificial, produtividade, gestão, segurança cibernética e o futuro das carreiras jurídicas. O destaque fica por conta da especialista internacional em comunicação estratégica e TEDx Speaker Kim A. Page e da advogada norte-americana Kassi Burns, referência em IA aplicada ao Direito.

Do cenário local, participam o promotor de Justiça João Sidou (MPRS); Ricardo Lagreca, Legal Corp Senior do Mercado Livre; José Galló, da Renner; Eduardo Smith, CEO da Softplan; Mauricio Sirotsky Neto, da RBS Ventures; e o comunicador Dado Schneider, criador da marca Claro.

Voltado a advogados, lawtechs, estudantes e empresas, o evento oferece inscrições gratuitas com vagas limitadas. _

Adeus às armas

Enfim o PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão) compreendeu que, em pleno século 21, a política é melhor do que as armas para o alcance dos objetivos. Por anos, o grupo buscou, pelo terrorismo, a reivindicação de um Estado curdo no Iraque e na Turquia. Ontem, anunciou que irá depor as armas, ao fim de 40 anos de luta armada. Segue o exemplo das Farc, na Colômbia, do ETA, no País Basco, e do IRA, no Reino Unido. A causa não morre. O que morre, acertadamente, é o método. _

INFORME ESPECIAL

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