
O que chama a atenção do estrategista de ações da XP, Raphael Figueredo, é que o Brasil tem se posicionado como um dos vencedores do atual cenário global, marcado pela guerra comercial.
- A posição favorável tem atraído fluxos dentro do movimento de rotação global e repatriação de capitais para mercados emergentes, com investidores estrangeiros aproveitando também o diferencial de juros - afirma Figueredo.
A percepção de fim do ciclo de alta de juro e a trégua entre EUA e China também contribuem para o alívio, turbinando a bolsa brasileira. Figueredo ainda pontua que a base comparativa do início deste ano é baixa:
- Encerramos novembro e dezembro de 2024 em níveis muito depreciados, resultado tanto de vendas por investidores locais quanto por saídas de capital estrangeiro.
O banco americano Morgan Stanley recomendou a compra de ações no Brasil, afirmando "gostar" da relação risco-retorno no país, "onde o cenário otimista se tornou mais provável." _
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Nova parceria para projeto em São Paulo
Em janeiro, a Melnick anunciou o desembarque em São Paulo, a bordo de um projeto de R$ 700 milhões. Era uma parceria com a Even, que já tinha negócios com a empresa gaúcha. Na época, já falava na "possibilidade de parceria com outras empresas". Menos de quatro meses depois, já está confirmado não só o próximo empreendimento como uma joint venture (associação) de longo prazo com outra referência paulistana em alto padrão, a Yuni.
E parte de um projeto muito particular: nos Jardins, tradicional bairro de alta renda, em uma quadra inteira a 800 metrosdo Parque Ibirapuera e ao lado da loja número 1 do Grupo Pão de Açúcar (GPA).
- É um passo significativo para a Melnick, uma parceria de longo prazo com uma empresa que tem nome de família no tapume, como a nossa, que tem projetos icônicos e de grande porte. É a entrada mais definitiva da Melnick em São Paulo que vem acompanhada de um grande lançamento em um terreno histórico - afirma Leandro Melnick, CEO da construtora gaúcha.
Marcos Yunes detalha que a empresa foi fundada em 1996, por ele, que é CEO, e o irmão Marcos, hoje presidente do conselho administrativo. Dos cerca de cem empreendimentos, 63% estão em bairros nobres de São Paulo.
- Gostamos de ter poucos e bons parceiros. A parceria com a Melnick é muito relevante. Antes de escolher parceiros, escolhemos pessoas, e eu e Marcos temos grande afinidade com Leandro e a família Melnick. Temos valores e princípios alinhados.
O Quaddra Lorena terá um parque de 2,1 mil metros quadrados, quadra de tênis de saibro em tamanho oficial, piscina aquecida com raia de 25 metros e uma loja Track&Field com café. Os 56 apartamentos - baixa densidade para o tamanho do terreno - devem custar entre R$ 9 milhões e R$ 15 milhões. _
Disputa na Casa Branca e o futuro da economia
Os mais recentes desdobramentos das decisões de Donald Trump alteraram a composição de forças dentro da Casa Branca, avalia Lívio Ribeiro, sócio da BRCG Consultoria e pesquisador associado do FGV Ibre. A combinação de reação do mercado financeiro e do universo corporativo, inesperada retaliação da China e resultados negativos que emergiram da guerra comercial - como aumento do déficit, queda no PIB e perda da última nota máxima de avaliação de risco da dívida americana - eclipsou os radicais.
Um sinal claro dessa dinâmica, sustenta Ribeiro, foi o fato de o secretário do Tesouro, Scott Bessent, ter assumido o comando das negociações que levaram ao anúncio de um acordo com a China - embora ainda precário. O especialista em comércio exterior considera a ascensão um bom sinal, porque agora quem decide "sabe fazer contas". Mas vê um risco:
- Não é impossível que se veja fogo amigo. Os radicais podem fazer manobras para retomar sua proeminência.
A turma dos radicais é formada por Stephen Miran, chefe do conselho de assessores econômicos, Howard Lutnick, secretário de Comércio, e Peter Navarro, também conselheiro econômico da Casa Branca.
Para o especialista, diagnóstico e implementação foram ruins:
- Mesmo os mais trumpistas de Wall Street, começaram a perceber que esse não é o brinquedo que compraram. E o que receberam em troca estava quebrado. _
Considerada a quarta maior empresa de aluguel de equipamentos do mundo, a gigante francesa Loxam vai investir R$ 30 milhões no Brasil. Parte dos recursos para expansão e renovação de frota será alocada no RS, onde a Loxam Brasil tem filial desde dezembro.
O RS e as mulheres em conselhos
O Rio Grande do Sul é o segundo Estado com maior número de mulheres em conselhos de administração no país. De todas as conselheiras analisadas pelo estudo Women at the Top, do Evermonte Institute, 12,8% têm atuação em empresas com sede em cidades gaúchas. São Paulo ocupa a primeira colocação, com 61%.
Conforme a sócia do Evermonte Institute e coordenadora da pesquisa, Helena Schröer, o ecossistema empresarial gaúcho, apesar de ser fortemente marcado pelo tradicionalismo, é bastante maduro, o que cria um ambiente favorável à diversidade de gênero.
- À medida que as companhias gaúchas evoluem, há maior necessidade de perfis capazes de agregar perspectivas distintas e apoiar a transição de modelos centrados na figura do fundador para estruturas mais institucionais - afirma Helena. _
Os cinco melhores
SP 61%
RS 12,8%
PR 5,1%
RJ 4,1%
SC 3,1%
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