quarta-feira, 28 de maio de 2025


26 de Maio de 2025
INFORME ESPECIAL

Ataques em meio à troca de prisioneiros

Pouco mais de uma semana após o início das tentativas para negociar um cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia, o Kremlin lançou ontem o maior ataque aéreo desde o início do conflito, há três anos. Com foco na capital, Kiev, e em outras regiões próximas, mísseis e drones sobrevoaram diversas localidades pela segunda noite consecutiva.

Autoridades ucranianas afirmam que pelo menos 12 pessoas foram mortas nos ataques, incluindo crianças, e outras dezenas ficaram feridas. Os serviços de emergência descreveram o domingo como uma "noite de terror na região de Kiev". A Força Aérea da Ucrânia informou que 367 armas de ataque aéreo - 69 mísseis e 298 drones - foram lançadas contra 22 localidades. O recorde anterior havia ocorrido no último fim de semana, quando o Kremlin lançou 273 drones em uma única noite.

A intensidade do ataque levou o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, a fazer um apelo por mais pressão internacional sobre a Rússia, visando forçá-la a interromper os bombardeios. Ele também criticou os Estados Unidos por seu "silêncio".

Liberações dos últimos dias

O episódio ocorre em meio a uma série de trocas de prisioneiros entre os dois países. Na sexta-feira, cada lado libertou 390. No sábado, mais 307 combatentes e civis foram liberados por ambos os países. Segundo o Ministério da Defesa da Rússia, ontem cada um liberou mais 303 soldados. No entanto, não houve confirmação oficial desta última troca por parte do governo ucraniano.

As trocas dos prisioneiros têm sido os únicos sinais positivos em direção a um cessar-fogo e a um possível fim do conflito desde o início da guerra em 2022. Eles também representam o principal resultado das tentativas de reuniões esvaziadas que foram realizadas em 15 de maio em Istambul, na Turquia, e das pressões internacionais pelo fim da guerra. 

Vitor Netto

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