quarta-feira, 28 de maio de 2025


28 de Maio de 2025
POLÍTICA E PODER - Rosane de Olivaeira

Supremo perde tempo com Eduardo Bolsonaro

Dos Estados Unidos, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro deve ter brindado com sparkling wine pelo presente que recebeu do ministro Alexandre de Moraes. Ao filho zero três do ex-presidente convém o papel de vítima de "perseguição implacável", mesmo que tenha deixado o país apenas por medo de ter o passaporte apreendido. Tanto que só tornou público o pedido de licença quando já estava devidamente instalado com a família em solo considerado seguro.

Eduardo Bolsonaro é um personagem menor na história do Brasil. Um deputado bem votado, que tem contatos com líderes da direita mundial e interlocução com Steve Bannon, guru de Donald Trump. É verdade que está em campanha para que os EUA adotem algum tipo de sanção contra Moraes, possibilidade admitida pelo secretário de Estado de Trump, Marco Rubio.

O filho de Bolsonaro não tem tamanho para ser protagonista, nem está sendo investigado pelos atos golpistas de 2022. Lembremo-nos que o então vice- presidente Hamilton Mourão deu a ele o apelido de "bananinha", por se meter em negócios de Estado e criar uma crise com a China.

O ministro deveria focar nos interrogatórios que estão em curso no Supremo, até porque está agindo em causa própria diante de uma ameaça de sofrer algum tipo de sanção nos EUA. Que sanção? Não poder entrar no país e não fazer transações com o país. Caso isso aconteça, estará criado um incidente diplomático que cabe ao Itamaraty administrar e não ao ministro, que pode escolher outros destinos para as férias.

Dos cinco filhos de Bolsonaro, Eduardo se mostra o mais ambicioso e é também o mais articulado. Especula-se que o plano do pai seja se lançar candidato a presidente, mesmo estando inelegível, tendo Eduardo como vice, para lá em agosto, quando a Justiça Eleitoral negar o registro da chapa, deixar o filho em seu lugar. A investigação autorizada por Moraes com o argumento de que ele atrapalha as investigações sobre a tentativa de golpe pode aumentar o cacife de quem hoje vive à sombra do pai - e às custas, já que não recebe salário da Câmara. 

Ofendida, Marina reagiu como a grande mulher que é

Os três senadores que tentaram intimidar a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, na Comissão de Infraestrutura do Senado ontem (leia na página 6) podem ter saído da sessão achando que arrasaram, que expuseram a fragilidade da ministra, que tem sofrido derrotas no governo. Podem até ter imaginado que ela pediria demissão, mas foi o contrário.

Marina recebeu um telefonema do presidente Lula e ganhou apoio dos ambientalistas que conhecem seu trabalho em defesa do meio ambiente em geral e da Floresta Amazônica em particular.

Marina é fisicamente uma mulher debilitada - pela malária e outras doenças tropicais - mas é figura essencial em tempos de mudanças climáticas.

O governo federal precisa dela na COP30 e, por isso, irá preservá-la.

Discordar dela é legítimo, como fazem os que consideram radical demais sua posição em relação à exploração de novos campos de petróleo. Inaceitável é desrespeitá-la, como o fez o senador Plínio Valério, que na história do Brasil não será nem nota de rodapé. _

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Prioridade no alistamento para quem viveu em abrigos

Um acordo estadual vai garantir prioridade no alistamento militar para jovens que viveram em acolhimento institucional. O termo de cooperação será assinado em 12 de junho, em uma iniciativa conjunta da Assembleia Legislativa, Comando Militar do Sul, Fundação de Proteção Especial, governo do Estado, MP, OAB e TJ.

A ideia é que os jovens gaúchos que viveram em abrigos depois de terem sido afastados das famílias por decisão judicial ou do Conselho Tutelar - em casos de negligência, abandono ou maus tratos, por exemplo - possam sair do acolhimento com perspectiva de trabalho, salário e profissionalização. A iniciativa é inédita no Brasil. _

Reação ao aumento do piso soa como ranço ideológico

Desde que o piso salarial foi instituído no Rio Grande do Sul, no governo de Olívio Dutra (PT), os líderes empresariais trataram a inovação como ameaça à saúde da economia do Rio Grande do Sul

Para quem não lembra, foi a forma encontrada pelo governo Fernando Henrique Cardoso para permitir que os Estados criassem pisos de acordo com a sua realidade econômica, já que o salário mínimo não podia ter aumento real para não implodir as contas da Previdência Social.

Se um deles deixou de ser competitivo nos últimos anos, não há indício de que a culpa tenha sido do piso, pouco maior do que o salário mínimo nacional na primeira faixa.

Não seria o caso de as entidades empresariais que tanto criticam o piso se perguntarem se não serão os baixos salários os responsáveis pela dificuldade de conseguir mão de obra? _

A Federasul cumpre com sua responsabilidade social ao levar o tema do feminicídio para o Tá na Mesa, hoje. Estarão o secretário da Segurança, Sandro Caron, a diretora do Departamento Estadual de Proteção aos Grupos Vulneráveis, Tatiana Bastos, e a coordenadora do Centro de Apoio Operacional Criminal e de Acolhimento às Vítimas no MP, promotora Alessandra da Cunha.

mirante

O ex-parlamentar Adilson Troca (PSDB) será o homenageado de 2025 com a distinção de deputado emérito. A proposta é da bancada tucana e foi aprovada ontem na Assembleia Legislativa.

Será instalada hoje a Comissão Externa Temporária na Câmara dos Deputados para acompanhar casos de feminicídio no RS. A frente é encabeçada por Fernanda Melchionna (PSOL).

Ainda em Brasília, o deputado Afonso Motta (PDT-RS) recebeu ontem a insígnia de Grande Oficial da Ordem de Rio Branco, uma das mais altas distinções do Brasil. A honraria reconhece serviços e méritos excepcionais prestados à nação.

POLÍTICA E PODER

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