sexta-feira, 16 de maio de 2025


16 de Maio de 2025
POLÍTICA E PODER - Rosane de Oliveira

Os problemas do documentário sobre a enchente

Com duas representações encaminhadas ao Ministério Público (uma na esfera estadual, outra na federal) por deputados do PT, o governador Eduardo Leite vai gastar muita saliva dando explicações sobre o documentário Todos Nós Por Todos Nós quando retornar de Nova York hoje. Leite e o secretário Caio Tomazeli já explicaram que a produção não teve custo porque tudo foi feito pela equipe da Secretaria de Comunicação.

Como todos recebem salário, os deputados que assinam as representações querem incluir na conta os gastos que teriam de ser ressarcidos pelas horas dispendidas por todos os que aparecem nos créditos.

No lançamento, o governo gastou R$ 467,8 mil. Isso inclui a exibição do trailer de dois minutos em salas de cinema e a sessão especial para convidados, na Casa de Cultura Mario Quintana.

O dinheiro, garante o secretário Tomazeli, não saiu do Fundo de Reconstrução do Rio Grande do Sul, o Funrigs. O deputado Miguel Rossetto (PT) protocolou na Comissão de Serviços Públicos um requerimento para que Tomazeli seja convocado a dar explicações.

Promoção pessoal

O principal questionamento não é o valor, mas o excesso de exposição da imagem de Leite, o que é considerado promoção pessoal. Em uma das ações consta que Leite ocupa nove minutos e dois segundos dos 42 minutos e 14 segundos de todo o filme (21,83%).

Outro problema do documentário está no título: a expressão "todos nós por todos nós" foi usada por Leite na campanha de 2022, em uma camiseta e em pelo menos um programa. Tomazeli contesta afirmação da coluna de que foi slogan da campanha:

- "Todos nós por todos nós" é o slogan do Plano Rio Grande. O slogan do segundo turno foi "O Rio Grande fala mais alto". A frase da campanha era diferente. Era "agora somos todos nós por todos nós".

O "agora somos" consta, de fato, na camiseta com a qual Leite foi votar e saiu em centenas de fotos, mas em letras miúdas, sem qualquer destaque. Já na propaganda de TV aparecia apenas "Todos nós por todos nós". _

Dois ministros do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Hugo Carlos Scheuermann e Ives Gandra da Silva Martins Filho, estarão em Porto Alegre hoje para o evento "Direito do Trabalho em Reconstrução", que ocorre na Fiergs.

Prefeitos da Região Metropolitana querem que Estado assuma hospitais

Nem o belo cenário da Fazenda do Bosque, no bairro Bom Retiro, em Guaíba, ou o clima de descontração pelo lançamento da 4ª edição da Olifeira, dedicada ao setor de olivicultura, afastou dos prefeitos da Granpal a preocupação com a saúde da Região Metropolitana. Este foi o tema central da assembleia geral do grupo ontem, quando foram debatidas medidas para enfrentar a crise no setor.

Os prefeitos seguem cobrando ações de apoio do governo estadual, com receio de que a chegada do inverno possa encher ainda mais as emergências dos hospitais, já superlotadas. Em encontro recente, o Piratini acenou com a possibilidade de assumir a gestão de hospitais da Região Metropolitana, o que será assunto de nova reunião entre a quarta e quinta-feira da próxima semana.

- Existe disposição de pensar sobre o assunto, desde que Porto Alegre faça a manifestação formal de que não tem interesse. Temos interesse, desde que o Estado tenha capacidade de gestão comprovada - explica o prefeito de Guaíba, ex-presidente da Granpal e presidente do Consórcio de Municípios da Região Metropolitana, Marcelo Maranata.

Outra demanda envolve os R$ 39 milhões prometidos pelo governador Eduardo Leite em repasses do programa Assistir.

Os prefeitos ainda querem novas negociações com o governo federal. O pedido é para que a União revise os recursos de média e alta complexidades (teto MAC), atualize a tabela SUS e crie um plano especial para atendimento pós-enchente.

- É desesperador para nós, prefeitos. A gente chegou em um limite de atendimento - desabafou Maranata. _

Escândalo do INSS tem digitais dos três últimos governos

Depois que a Controladoria-Geral da União e a Polícia Federal estouraram o esquema de fraudes no INSS, o que se viu foram os torcedores de cada governo tentando jogar a culpa para o outro.

A investigação mostra que ninguém é santo nessa história, e que os primeiros passos foram dados no governo de Michel Temer, com o cadastramento de associações de credibilidade duvidosa, que passaram a descontar mensalidades na folha do INSS.

Se quisermos falar da venda de dados dos segurados, o esquema é bem mais antigo, como atestam os milhares de brasileiros que ficaram sabendo que a aposentadoria tinha sido concedida pelo telefonema de uma financeira oferecendo empréstimo.

Veio o governo Bolsonaro e com ele um aumento significativo no volume de descontos. Nos dois primeiros anos do governo Lula a fraude teve um crescimento exponencial. _

Inquérito por vídeo com dinheiro na calça é encerrado

A Justiça Eleitoral encerrou um inquérito contra o prefeito de Canoas, Airton Souza. Ele era investigado por suposta compra de votos desde outubro de 2024, quando veio à tona um vídeo em que o então candidato tirou um maço de dinheiro da calça e entregou a outra pessoa.

A PF já havia pedido o arquivamento no mês passado, e o caso aguardava parecer do Ministério Público, que optou pelo mesmo entendimento. Na terça-feira, o juiz eleitoral Régis Pedrosa Barros arquivou o caso.

No parecer, o MP afirma que laudo pericial confirmou a autenticidade do vídeo, mas não identificou qualquer elemento que comprovasse a compra de votos. "Em que pese a estranheza que as imagens causam, não vieram aos autos elementos que possam sustentar a existência de tal prática", diz trecho do relatório.

Em vídeo divulgado no Instagram, Airton comemorou a decisão, enfatizando que estava honrando um compromisso pessoal, do qual foi alvo de "acusações graves" baseadas em "um vídeo fora de contexto". 

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