quinta-feira, 29 de maio de 2025


29 de Maio de 2025
GPS DA ECONOMIA - Marta Sfredo

Aporte de ao menos R$ 3,4 bi na reconstrução do RS

Entre operações de crédito e doações, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Banco Mundial e Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF) aportaram ao menos R$ 3,4 bilhões para ajudar a reconstruir o Rio Grande do Sul depois da enchente de maio de 2024. O valor é menor do que o anunciado pelas três instituições no ano passado, de R$ 10 bilhões.

A maior parte corresponde a financiamentos, ou seja, são recursos que terão de ser devolvidos, ainda que a juro baixo. Em resposta à consulta da coluna, o BID afirma ter liberado cerca de R$ 2,4 bilhões (ou US$ 421 milhões) para empréstimo, dos quais 74% para o governo do Estado, como apoio à gestão fiscal, e o restante para o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), para crédito a micro, pequenas e médias empresas.

Já o Banco Mundial diz ter destinado cerca de R$ 585 milhões (US$ 102,55 milhões dos US$ 125 milhões anunciados no ano passado) para projetos de resiliência urbana e de revitalização da área central de Porto Alegre. O CAF também fez empréstimo para prefeitura da Capital, no valor de R$ 456 milhões (US$ 80 milhões). Os recursos serão aportados para fortalecimento da cidade contra novos desastres naturais.

- Trabalhamos lado a lado com governos locais e estaduais para estruturar soluções concretas, que vão desde o fortalecimento da infraestrutura urbana até medidas para mitigar riscos climáticos e proteger a população mais vulnerável - afirma a representante do CAF no Brasil, Estefanía Laterza, em nota à coluna.

A coluna fez contato com o New Development Bank (NDB), conhecido como banco dos Brics, mas não obteve retorno até a publicação desta nota. A instituição havia anunciado financiamento de R$ 5,7 bilhões ao Estado em maio de 2024.

Novos recursos

Em nota à coluna, o BID afirma que um novo pacote de R$ 568 milhões (US$ 100 milhões) deve ser destinado à prefeitura de Porto Alegre "nos próximos meses", para investimento em infraestrutura social, como recuperação de escolas.

E aprovado em abril deste ano, um novo projeto de cerca de R$ 2 bilhões (US$ 359,6 milhões) do Banco Mundial deve apoiar o governo do Estado na construção de sistemas e infraestrutura para mitigar efeitos de futuros eventos extremos e no uso mais eficiente dos recursos públicos. _

Doações

Além dos financiamentos, os bancos multilaterais doaram R$ 7,5 milhões para o Estado. A maior parte veio do BID (R$ 4,9 milhões), que fez um estudo, com Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) e Banco Mundial, sobre o efeito econômico da enchente, que aponta perda de R$ 88,9 bilhões por danos da cheia. Outros R$ 2,6 milhões (US$ 450 mil) foram repassados, a fundo perdido, pelo CAF para Caxias do Sul e para a Defesa Civil do Estado.

Microcervejaria ressurge em novo shopping

Seis meses depois de anunciar o fim da produção em sua microcervejaria criada em 1995, Eduardo Bier Correa faz a operação e a marca renascerem: vai comemorar os 30 anos com a volta da Dado Bier, agora no Shopping Bordaza, empreendimento "fora da caixa" que está nascendo em Porto Alegre com proposta centrada no bem-estar.

Não é só a microcervejaria, volta também o Food Hall Dado Bier, também encerrado no final do ano passado, com a proposta de oferecer de comida autoral à cozinha afetiva e com curadoria da filha de Eduardo, Manoela Bertaso.

O espaço quer ser também palco para atividades culturais e eventos, ou como diz o empresário, participar da "efervescência criativa" da Capital. Com investimento estimado de R$ 5 milhões, a intenção é abrir o novo local entre setembro e outubro, mas o empresário avisa que, se passar disso, pode ficar para 2026. O projeto é tão recente que ainda não tem imagens - estão em detalhamento final.

E o que houve entre o anúncio de que a esquina entre gastronomia e entretenimento havia ficado para trás e o novo negócio?

- Saí chateado, incomodado, do empreendimento anterior. E ainda dependia da vontade da Manoela também querer, não iria sem ela. Mas recebi um convite bacana, me senti muito bem acolhido, o empreendimento é maravilhoso, que decidi voltar - explica Eduardo.

O shopping Bordaza é um open mall (com lojas e outros negócios concentrados em um local a céu aberto) na Carlos Gomes Square, que ocupa área próxima ao Mãe de Deus Center. É tocado por Sérgio e Matheus D?Agostin, Francisco Zaffari e Leonel Bortoncello. O empreendimento será localizado em conjunto lançado pela Melnick ainda em 2019. _

RJ da Azul deixa fusão com Gol mais distante

No início deste ano, a crise causada pela pandemia nas companhias aéreas já havia feito Latam e Gol pedirem recuperação judicial (RJ) nos Estados Unidos e levado a Azul a um acordo particular com credores. Gol e Azul chegaram a assinar acordo prevendo "combinação de negócios" - uma fusão.

Ontem, a Azul também pediu proteção para uma dívida ao redor de US$ 3,6 bilhões (cerca de R$ 20 bilhões). Conforme os termos da recuperação, o pedido de redução da dívida foi antecedido de acordos com credores e de maior participação das companhias aéreas americanas United Airlines e American Airlines, que já são parceiras estratégicas da Azul.

Na nota oficial em que a Azul comunica do pedido para entrar no chamado Chapter 11 (equivalente à recuperação judicial nos EUA), United e American ganharam espaço considerável, o que indica que terão mais do que a atual "parceria estratégica" no desenho da saída do processo.

Com esses sinais, se afasta a hipótese de uma fusão entre companhias aéreas brasileiras, que já era considerada de difícil avanço. _

Sugestões do Itaú para driblar a alta do IOF

Diante das pressões para aliviar o aumento do IOF e da disposição do Ministério da Fazenda de reavaliar a medida , o economista-chefe do Itaú, Mario Mesquita, apontou alternativas ontem. Avalia que o caminho ideal para manter o ajuste de R$ 50 bilhões, entre redução de despesas (R$ 31,3 bilhões) e aumento de receita (R$ 20 bilhões), seria "reduzir distorções" em vez de elevar carga tributária. Mas põe foco em uma:

Não vejo por que as apostas esportivas não possam ser taxadas como bebida ou cigarro, ou seja, como atividades que geram externalidades negativas.

Outra opção seria tributar criptomoedas, acrescenta:

- Medidas que ataquem distorções tributárias seriam um caminho. O Brasil tem menor nível de desemprego, mas os gastos com seguro-desemprego não estão em menor patamar. E as estatais que dependem do Tesouro consomem R$ 30 bilhões ao ano.

Outra possível compensação poderia vir de projeções de receitas que a equipe econômica deixou de fora do cálculo por falta de previsibilidade, como a de leilão de petróleo (parte da União nos contratos de partilha do óleo extraído do pré-sal) e dividendos do BNDES. _

GPS DA ECONOMIA

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