
Proposta do GHC deixa governo Leite numa sinuca
O avanço da proposta apresentada pelo diretor-presidente do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), Gilberto Barichello, a prefeitos, secretários municipais e dirigentes de hospitais, de usar recursos do Fundo Rio Grande (Funrigs) para custeio da saúde, coloca o governo de Eduardo Leite numa sinuca. Porque não é esse o destino previsto para o dinheiro que o Estado deveria gastar com o pagamento da dívida e que está sendo depositado em um fundo para reconstrução.
A sugestão foi feita na segunda-feira, a partir do agravamento da crise nas emergências, e referendada ontem em reunião na sede da Famurs. O grupo que representa municípios e hospitais vai consolidar um documento robusto e técnico para entregar a Leite.
Inicialmente, devem ser solicitados cerca de R$ 700 milhões do Funrigs para a saúde. A secretária Arita Bergmann foi surpreendida com a proposta, apresentada por Barichello sem conversar com o governo estadual. Ontem, ninguém do governo participou da reunião.
Antevendo que viria uma negativa com o argumento de que esses recursos só devem ser usados para investimentos, Barichello levantou os destinos já autorizados e encontrou precedente no programa de apoio aos agricultores familiares e a alguns municípios, justamente para aplicação no custeio da saúde.
O entendimento no Piratini é de que o Funrigs deve ser usado de acordo com o Plano Rio Grande, para "tornar o RS um Estado melhor e mais resiliente". Por isso, a prioridade é para o reforço de estradas, pontes, hospitais e escolas, além de equipamentos para a área de segurança pública. Se for gasto no custeio, vira pó.
A esse argumento Barichello, os prefeitos e os hospitais respondem que a prioridade tem de ser salvar vidas e que não adianta construir hospitais se os atuais não conseguem operar por falta de dinheiro.
Nos bastidores, integrantes do governo definem a proposta do presidente do GHC como "populista" e "oportunista" e desconfiam que é uma forma de o governo federal empurrar para o Estado um custo que deveria ser seu. _
O prefeito Sebastião Melo avaliou como "razoável" a proposta do GHC. Melo reconhece que não está entre os objetivos do fundo o uso para custeio da saúde, mas alega que a crise também tem relação com as enchentes.
Mario Crespo Brum toma posse como presidente do TRE
O desembargador Mario Crespo Brum tomou posse como presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RS) ontem. Ele substitui Voltaire de Lima Moraes na função.
Brum assume por um ano, até maio de 2026. Caberá a ele iniciar os preparativos para as eleições estadual e nacional no ano que vem, mesmo que não seja ele à frente do TRE durante o pleito.
Em discurso, Brum falou sobre os desafios da Justiça Eleitoral em tempos de desinformação, e prometeu um "trabalho incansável no combate às fake news e na promoção da educação para a cidadania".
- Vivemos tempos desafiadores. A tecnologia transforma a dinâmica de comunicação, ampliando o alcance da informação, mas também exigindo vigilância constante contra a desinformação, que corrói a confiança pública e ameaça a integridade do processo eleitoral - disse. _
MPs e TCEs vão fiscalizar escolas
Pelo menos 647 mil estudantes no Brasil estão matriculados em escolas públicas que não possuem água potável, 179 mil são afetados pela ausência de abastecimento de água, 357 mil por falta de esgoto e 347 mil por inexistência de banheiros.
Para fiscalizar essa situação presencialmente, os ministérios públicos e os tribunais de contas vão realizar visitas às unidades de ensino, entre os dias 2 e 6 de junho. _
Federação avalia candidatura no RS
Líderes do PP e do União Brasil tiveram o primeiro encontro para organizar no Estado a federação que une os dois partidos. Os deputados Covatti Filho, Luiz Carlos Busato, Afonso Hamm e Pedro Westphalen se reuniram na segunda-feira. A intenção é definir até o fim do ano se a União Progressista terá candidato ao governo do RS.
Dos nomes cotados no PP, o secretário estadual do Desenvolvimento Econômico, Ernani Polo, e a deputada estadual Silvana Covatti são os favoritos. Além disso, o partido negocia a filiação da deputada Any Ortiz (Cidadania).
A federação, porém, é cobiçada por Gabriel Souza (MDB) e por Luciano Zucco (PL), ambos pré-candidatos.
Comissão que vai discutir feminicídios é instalada
Com apoio das seis deputadas federais gaúchas, a comissão externa para acompanhar os casos de feminicídio no Estado foi instaurada ontem. Com o aval do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos- PB), o grupo pretende ouvir entidades da segurança pública e órgãos ligados à defesa das mulheres.
- É estarrecedor o que aconteceu na Páscoa (10 casos de feminicídio foram registrados no feriadão). Faremos oitivas in loco no RS, tanto com redes de apoio quanto com movimentos de mulheres. Vamos buscar reuniões com o governador, o secretário da Segurança, e o novo chefe da Polícia - explica Fernanda Melchionna (PSOL).
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