
Vida em solo americano
Quanto às condições de trabalho, 75,70% dos repatriados trabalhavam mais de oito horas diárias, muitas vezes em condições precárias. Outros 11,25% não trabalhavam nem estudavam, 5,12% tinham jornadas inferiores a oito horas, 5,37% conciliavam estudo e trabalho, e 2,56% dedicavam-se só aos estudos.
Sobre situação familiar, 38,80% não deixaram parentes nos EUA, enquanto 23,16% deixaram ao menos um familiar e 12,58% tiveram de deixar cinco ou mais parentes no país norte-americano.
Segundo Ana Maria Raietparvar, os repatriados recebem ajuda psicológica, assistência de saúde e acompanhamento prestado pelo governo federal.
- Entendemos a migração como um direito no Brasil, fazemos o acolhimento dos migrantes de outros países que vêm para cá, dos refugiados, então não tem por que não fazermos dos nossos próprios.
O próximo voo de repatriados está agendado para 24 de maio.
As sete operações de repatriação realizadas neste período mostraram que a maioria dos repatriados é do sexo masculino. A faixa etária predominante é de 18 a 29 anos. O levantamento revela que 83,72% chegaram sozinhos ao Brasil e, após o desembarque, 56,99% foram acolhidos por parentes (veja o detalhamento no gráfico).
Minas Gerais foi o principal destino, recebendo 310 pessoas (47,55% do total). Em seguida aparecem Rondônia (74), São Paulo (57), Goiás (40) e Pará (37).
Outros Estados como Espírito Santo, Rio de Janeiro, Ceará, Paraná, Mato Grosso, Distrito Federal e Santa Catarina também receberam repatriados, além dos dois casos no RS.
Os dois do RS são uma mulher que tem entre 30 e 39 anos e um homem entre 40 e 49 anos.
Sobre os planos futuros, 70,63% pretendem trabalhar no Brasil, 19,64% querem conciliar trabalho e estudo, e 6,60% planejam dedicar-se exclusivamente à qualificação. Quanto à escolaridade, predomina o Ensino Médio completo ou incompleto.
- São pessoas que têm vulnerabilidade socioeconômica. Os imigrantes que optam por essa vida irregular são pessoas que buscam melhoria de vida com base numa idealização de que nos Estados Unidos a vida seria fácil e que ganhariam mais dinheiro - comenta a coordenadora-geral de Migrantes do MDHC, Ana Maria Raietparvar. _
Vitor Netto
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