sábado, 31 de maio de 2025

31 de Maio de 2025
POLÍTICA E PODER - Rosane de Oliveira

PIB contrasta com narrativa da oposição

Com a eleição de 2026 no radar, opositores do governo torturam os números para que confessem que o país está à beira do caos. Os números não dizem isso, mas a narrativa mostrada nas redes sociais e nos programetes do PL - o partido que está no momento com a palavra no horário das inserções - sugerem que o Brasil está no caminho de se tornar uma Venezuela, o país preferido na hora das comparações esdrúxulas.

O crescimento do PIB em 1,4% no primeiro trimestre de 2025 em comparação com o último de 2024 é uma excelente notícia, mesmo que não tenha ocorrido equilíbrio entre setores. Mais uma vez, foi o agro quem puxou o trem, com 12,2%. Um número exuberante, mesmo com a crise do setor no Rio Grande do Sul.

Não tendo como contestar os números, o que fazem bolsonaristas como o presidente do PL no RS, deputado federal Giovani Cherini? Colocam em dúvida a seriedade da estatística, com a alegação de que o presidente do IBGE, Márcio Pochmann, é petista. Esquecem que quem apura os números do PIB são os técnicos do IBGE, usando a mesma metodologia de governos anteriores. Mesmo que alguém mandasse maquiar os números, esses técnicos não permitiriam, mas como narrativa para as redes sociais é o que basta: lançar dúvidas sobre a honestidade alheia.

O mesmo ocorre com a inflação, pesadelo que obriga o Banco Central a manter os juros altos. Baixou na última prévia de maio para 0,36%, ante 0,43% em abril, mas os adversários tratam como se vivêssemos no período da hiperinflação dos estertores do regime militar e dos governos José Sarney e Fernando Collor.

Diz a propaganda do PL que o presidente Lula está fazendo sumir o ovo e o café da mesa dos brasileiros. Ignora-se, naturalmente, que o aumento do preço do café é consequência de uma crise mundial de oferta e que o ovo já baixou, mas ainda carrega resquícios de uma mistura de especulação com aumento do preço dos insumos e da escassez nos Estados Unidos.

Mês a mês, outro índice atesta a vitalidade da economia brasileira: a oferta de emprego. No último trimestre, ficou em 6,6%, o menor para este período desde o início da série, em 2012. O que dizem os críticos do governo? "Ah, mas aí não estão contabilizados os que não procuram emprego porque ganham Bolsa Família".

De fato. Não estão, como nunca estiveram nessa estatística. _

mirante

Justiça climática será o tema da palestra que o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, fará neste sábado em Porto Alegre. A atividade faz parte da programação do Festival Fronteiras. Será às 9h30min, com entrada gratuita.

Governos de Sergipe, Santa Catarina, Mato Grosso, Minas Gerais e da capital paulista estão interessados em replicar o programa Mãe Gaúcha, que distribui kits com itens essenciais para gestantes em vulnerabilidade.

Não basta trocar nome para que programa tenha êxito

Em 2023, a então ministra da Saúde, Nísia Trindade, lançou o Programa Nacional de Redução de Filas para consultas com especialistas. O orçamento inicial era de R$ 600 milhões. Em 2024, foram destinados R$ 1,2 bilhão para Estados e municípios. Previam-se mutirões para fazer a fila andar, mas pouco avançou.

Em 2025, o governo anunciou o Mais Acesso a Especialistas. Não deslanchou e esse teria sido um dos motivos para a queda da ministra, substituída por Alexandre Padilha.

Como os segurados do Sul continuam precisando ficar anos na fila para conseguir uma simples consulta com especialista, o governo resolveu mudar o nome para tentar tirar do papel a promessa de acabar com esse tormento.

Na sexta-feira, o programa foi relançado com o nome de Agora Tem Especialistas. Será que agora vai?

Não foi só o nome que trocou. No redesenho, o compromisso é aumentar o número de consultas, exames e cirurgias.

Uma das principais novidades desta nova versão é a inclusão de carretas superequipadas, que irão ao encontro de pacientes onde falta estrutura. Nas grandes cidades, a promessa é de fazer parcerias com a iniciativa privada para reduzir a fila e garantir resolutividade.

No lançamento, Lula definiu o programa como o sonho da sua vida e citou os ex-ministros a quem nos governos anteriores apelou para que garantissem uma segunda consulta com profissional especializado. 

PT sugere a Leite enviar recursos para a saúde

Deputados do PT querem que o governador Eduardo Leite redirecione para a saúde os R$ 136 milhões oferecidos pelo governo do Estado para a prorrogação das dívidas de produtores rurais. O valor foi sugerido por Leite na quarta-feira, antes de o Conselho Monetário Nacional confirmar o uso de recursos do Tesouro para a postergação, no dia seguinte.

A proposta do Piratini indicava utilizar recursos do Fundo Rio Grande (Funrigs) ou outra fonte compatível.

Agora que o governo federal garantiu a prorrogação, os petistas sugerem que Leite encaminhe o valor para enfrentar a crise nos hospitais gaúchos. Inicialmente, a sugestão partiu do deputado Paulo Pimenta, em um novo vídeo que integra o embate digital que travou com Leite na quinta-feira.

- Já que o senhor tem tido tantas ideias sobre o uso do Funrigs, coloque esse recurso para a saúde da Região Metropolitana que vive uma crise estrutural - propôs. _

Rossetto embarca na proposta

Na tarde de sexta, o deputado Miguel Rossetto embarcou na proposta e encaminhou ofício ao governo estadual com a mesma sugestão de Pimenta.

- Não enxergo nenhum motivo mais relevante, nenhum tema mais urgente - disse.

Em nota, a Casa Civil do RS afirmou que a sugestão "mistura os assuntos para mudar o foco da discussão". A pasta diz que vai discutir o tema com a Famurs. 

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