quinta-feira, 28 de maio de 2020



28 DE MAIO DE 2020

EM DIA - Consultora em inovação e empreendedorismo e professora da PUCRS 

Negócios de futuro

Como serão os negócios do futuro? Essa, entre tantas outras neste momento, é uma pergunta que não quer calar. A pandemia é e deve ser a principal preocupação, sem sombra de dúvida, mas não custa reforçar - a saúde das pessoas trouxe também a preocupação com a saúde das empresas. A redução do consumo colocou em xeque a dinâmica econômica e, em vários casos, um ponto final nos negócios. Neste contexto, tanto os que precisam se reerguer quanto os que pretendem nascer (e há muitos surgindo) buscam respostas para a pergunta inicial.

E essa resposta, que não sei se é de um milhão de dólares ou apenas vale a sobrevivência de todos, é complexa, multifacetada e nunca estará totalmente pronta. Porque assim é o mundo dos negócios, com ou sem pandemia. A intenção que sempre temos é de buscar certezas e, a partir delas, traçar planos para serem executados. Ocorre que as certezas não existem, a cada ação nossa, o cenário muda e já não é mais aquele no qual começamos. Não temos respostas prontas, mas flexibilidade e capacidade de adaptação são elementos fundamentais.

Outro fator que sabemos ser muito importante é a coerência. O aumento do alcance e da velocidade das conexões, possibilitado pela internet, que estamos vivenciando como nunca neste período, além de muitos benefícios, também pode ser implacável para as empresas. Quando a repercussão da opinião pública é quase instantânea, em segundos - e em alguns caracteres - um negócio pode ter seu valor significativamente reduzido. Assim, não adianta a marca, e o que a empresa diz de si, comunicar uma coisa e sua reputação, que é a percepção das pessoas em relação a ela, dizer outra; elas são, cada vez mais, indissociáveis.

Para completar o trio de fatores-chave para o futuro, temos que falar de sustentabilidade. E aqui falo de um conceito que é tridimensional, uma empresa sustentável tem que sê-lo nos seus aspectos econômico, ambiental e social. Não é mais possível pensar em aspectos financeiros e fazer "ações sociais" e "mutirões de coleta de lixo": o mundo precisa de compromisso.

Temos muitas dúvidas e poucas certezas, mas, já era sabido antes da pandemia, que negócios sustentáveis, coerentes com suas escolhas e capazes de aprender continuamente, já são, há algum tempo, os que melhor passam pelas crises. E o seu, tem futuro?

GABRIELA FERREIRA

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