segunda-feira, 18 de maio de 2020


18 DE MAIO DE 2020
RBS BRASÍLIA

A crise da semana

O governo federal começa a semana com crises engatilhadas e que precisam de rápido desfecho. A primeira e mais urgente delas é a definição do comando do Ministério da Saúde que, de forma interina, está sob responsabilidade do general Eduardo Pazuello.

Embora a prioridade do presidente Jair Bolsonaro seja o protocolo do uso da cloroquina em casos iniciais da covid-19, secretários de Saúde de Estados e municípios aguardam definições sobre a liberação de leitos e UTIs, compras e distribuição de respiradores e direcionamento de pessoal.

Dados oficiais mostram que há no Brasil 241.080 casos confirmados, com 16.118 mortes. Como disse o presidente do Conselho dos Secretários Estaduais de Saúde, Alberto Beltrame, o Ministério da Saúde é uma pasta que precisa de estabilidade para que as políticas públicas possam ser levadas adiante.

Mas a dor de cabeça do Planalto tem outro nome: Sergio Moro. Também hoje, o ministro do Supremo Tribunal Federal Celso de Mello define se levanta total ou parcialmente o sigilo do vídeo que serve de prova no processo que investiga se o presidente Bolsonaro tem ou não intenção de promover uma intervenção na Polícia Federal. Como a cada dia surge uma nova versão do que foi dito na reunião, é importante que Celso de Mello torne público ao menos todo o espaço da reunião que foi dedicado ao assunto Polícia Federal, segurança e Rio de Janeiro.

Barbaridades, como ameaças a governadores e xingamentos a ministros do STF são importantes para revelar o nível do encontro, mas não são fundamentais no esclarecimento das acusações do ex-ministro Sergio Moro. Na aglomeração produzida ontem, em frente ao Palácio do Planalto, seguranças da Presidência pediram que os manifestantes guardassem os cartazes contra o STF e o Congresso. Até Bolsonaro sabe que provocação tem limite.

Para completar, a Procuradoria- Geral da República avisou que vai investigar a denúncia do empresário Paulo Marinho que adiciona mais um ingrediente explosivo à relação da família presidencial com a PF do Rio. Ex-amigo dos Bolsonaro, ele revelou que um delegado antecipou ao senador Flavio Bolsonaro que o famoso Queiroz seria alvo de uma operação.

Como já disse um ministro do Supremo, puxa-se a pena e vem uma galinha. A semana promete.

CAROLINA BAHIA

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